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Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

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Capítulo II Economia Portuguesa II.5. PreçosNo entanto, em <strong>2002</strong>, as medidas <strong>de</strong> tendêncianão foram imunes a factores como o processo<strong>de</strong> conversão dos escudos em euros e o aumentoda taxa normal do IVA. Des<strong>de</strong> o iníciodo ano, os preços no consumidor foram influenciadospelo processo <strong>de</strong> conversão em eurosdos preços em escudos. De acordo com os resultadospublicados no Boletim Económico <strong>de</strong>Setembro <strong>de</strong> <strong>2002</strong> (1) , no primeiro trimestre, oimpacto <strong>de</strong>ste factor na variação homóloga doIPC terá sido sensivelmente <strong>de</strong> 0.2 p.p., com especialimportância no caso dos preços dos serviços(cerca <strong>de</strong> 0.5 p.p.). Adicionalmente, o aumentoem Junho da taxa normal do IVA <strong>de</strong> 17para 19 por cento, afectou gradualmente o índice<strong>de</strong> preços na segunda meta<strong>de</strong> do ano (2) .Ainformaçãodisponível sugere que o impacto <strong>de</strong>steefeito — estimado em cerca <strong>de</strong> um quarto <strong>de</strong>ponto percentual na taxa média anual <strong>de</strong> <strong>2002</strong>— terá sido menor do que o inicialmente esperadoe mais <strong>de</strong>sfasado no tempo. Por tipo <strong>de</strong>bens, este impacto terá sido repercutido <strong>de</strong> formasignificativa no caso da generalida<strong>de</strong> dosserviços e dos alimentares não transformadossujeitos à taxa normal do IVA. No caso <strong>de</strong> algunsbens industriais não energéticos, a repercussãoterá sido relativamente reduzida.A informação disponível sugere, portanto,uma não redução da tendência <strong>de</strong> inflação em<strong>2002</strong>, o que contrasta com o comportamentodos seus principais <strong>de</strong>terminantes directos. Defacto, observou-se uma taxa <strong>de</strong> variação negativados preços <strong>de</strong> importação e uma <strong>de</strong>saceleraçãodas remunerações nominais por trabalhador.De acordo com estimativas do <strong>Banco</strong> <strong>de</strong><strong>Portugal</strong> baseadas em informação disponibilizadapelo INE, os <strong>de</strong>flatores <strong>de</strong> importaçãopassaram, em termos médios anuais, <strong>de</strong> umcrescimento virtualmente nulo em 2001 parauma variação negativa <strong>de</strong> 2.9 por cento em<strong>2002</strong>. Esta redução, tendo sido generalizada atodos os tipos <strong>de</strong> produtos, foi muito influenciadapela evolução dos preços <strong>de</strong> importação <strong>de</strong>bens <strong>de</strong> consumo. Os <strong>de</strong>flatores <strong>de</strong> importação<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo alimentares e não alimentaresdiminuíram 1.6 e 1.0 por cento em <strong>2002</strong>,após aumentos <strong>de</strong> 3.5 e 3.8 por cento em 2001,respectivamente.No ano <strong>de</strong> <strong>2002</strong>, as pressões salariais sobre aevolução dos preços foram menores, num contexto<strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração significativa da activida<strong>de</strong>económica, associada a um menor crescimentodo emprego e a um aumento significativoda taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego. As remuneraçõesnominais por trabalhador no sector empresarial<strong>de</strong>saceleraram <strong>de</strong> 6.3 por cento em 2001para 5.4 por cento em <strong>2002</strong> (3) , um ritmo aindamuito elevado principalmente porque continuoua estar associado a um crescimento daprodutivida<strong>de</strong> virtualmente nulo.II.5.3. Diferencial <strong>de</strong> inflação face à áreado euro (4)De acordo com o IHPC, a taxa <strong>de</strong> inflaçãomédia anual reduziu-se <strong>de</strong> 4.4 por cento em2001 para 3.7 por cento em <strong>2002</strong>, o que constituiuuma <strong>de</strong>saceleração dos preços superior à verificadana média dos países da área do euro,<strong>de</strong> 2.4 por cento em 2001 para 2.3 por cento em<strong>2002</strong>. Deste modo, o diferencial <strong>de</strong> inflação entre<strong>Portugal</strong> e a área do euro em <strong>2002</strong> baixou <strong>de</strong>2.0 para 1.4 p.p. No entanto, o diferencial entreas taxas <strong>de</strong> crescimento do IHPC excluindo ospreços dos bens alimentares não transformadose industriais energéticos aumentou <strong>de</strong> formacontinuada ao longo do ano (Gráfico II.5.4).Este diferencial passou <strong>de</strong> 1.5 p.p no quarto trimestre<strong>de</strong> 2001 para 1.6 e 1.8 p.p. no primeiro esegundo trimestres <strong>de</strong> <strong>2002</strong> (valores semelhantesaos observados no ano anterior), para <strong>de</strong>poisaumentar significativamente no terceiro trimestre,para 2.3 p.p., estabilizando no quartotrimestre do ano em 2.4 p.p. A manutenção dodiferencial no primeiro trimestre em valores(1) Veja-se Santos, D., R. Evangelista ,T. Nascimento e C. Coimbra(<strong>2002</strong>), “Análise do impacto da conversão <strong>de</strong> escudosem euros”, Boletim Económico, do <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>,Setembro <strong>de</strong> <strong>2002</strong>.(2) Note-se que o INE recolhe os preços <strong>de</strong> algumas rubricasdo índice numa base trimestral.(3) Estimativas do <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.(4) A análise da evolução do diferencial da inflação neste textoutiliza uma série do IHPC para a área do euro que incluia Grécia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995. Refira-se que a série analisadana secção I.2.1. Activida<strong>de</strong> económica e preços inclui a Gréciaapenas a partir <strong>de</strong> 2001.<strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> / Relatório <strong>Anual</strong> <strong>de</strong> <strong>2002</strong> 151

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