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Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

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Capítulo II Economia Portuguesa II.5. PreçosEm percentagem6543210Gráfico II.5.3IPC – MEDIDAS DE TENDÊNCIATaxas <strong>de</strong> variação homólogaIPC observadoComponenteprincipal2000 2001 <strong>2002</strong>Fontes: INE e <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.Médiaaparada a10 por centoNote-se, no entanto, que em <strong>2002</strong> estas medidas<strong>de</strong> tendência não foram imunes ao processo<strong>de</strong> conversão dos escudos em euros e ao aumentoda taxa normal do IVA. Assim, po<strong>de</strong>r-se-áconcluir que a tendência <strong>de</strong> inflação,mesmo abstraindo estes factores, ter-se-á mantidorelativamente estabilizada em <strong>2002</strong>, a umnível elevado.De acordo com o Índice Harmonizado <strong>de</strong>Preços no Consumidor (IHPC), a taxa <strong>de</strong> inflaçãomédia anual reduziu-se 0.7 pontos percentuais(p.p.) situando-se em 3.7 por cento em<strong>2002</strong>, o que constituiu uma <strong>de</strong>saceleração dospreços superior à verificada na média dospaíses da área do euro. A redução do diferencial<strong>de</strong> inflação entre <strong>Portugal</strong> e a área do euroem <strong>2002</strong> foi influenciada pela forte <strong>de</strong>saceleraçãodos preços dos bens alimentares não transformadosem <strong>Portugal</strong>, mais acentuada do queno conjunto da área do euro, e em menor graupelo comportamento dos preços dos bens industriaisenergéticos. Deste modo, excluindoestes dois agregados, o diferencial entre as taxas<strong>de</strong> crescimento do IHPC aumentou ao longo<strong>de</strong> <strong>2002</strong>, reflectindo, essencialmente, a evoluçãodos preços dos serviços. A evolução dainflação nos serviços, por um lado, espelha ocrescimento ainda muito elevado em <strong>2002</strong> doscustos salariais em <strong>Portugal</strong> e, por outro, indiciaa existência <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> mercadopouco competitiva em alguns sub-sectores dosserviços, que permitiu o alargamento das margens<strong>de</strong> lucro, não obstante o contexto <strong>de</strong> pronunciada<strong>de</strong>saceleração económica.II.5.2. Evolução intra-anual da inflaçãoEm <strong>2002</strong>, observou-se uma <strong>de</strong>saceleraçãodo IPC no primeiro trimestre, em termos homólogos,iniciando-se uma trajectória ascen<strong>de</strong>nteno segundo trimestre. Excluindo bensalimentares não transformados e produtosenergéticos, a variação homóloga aumentou,<strong>de</strong> uma forma continuada, <strong>de</strong> 3.8 por cento noúltimo trimestre <strong>de</strong> 2001 para 4.7 por cento noterceiro trimestre <strong>de</strong> <strong>2002</strong>, mantendo-se <strong>de</strong>poisno quarto trimestre do ano (Gráfico II.5.2).Os indicadores <strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> inflação habitualmenteutilizados pelo <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>confirmam a importância <strong>de</strong> factores temporáriosna redução do IPC em <strong>2002</strong>. De facto, asmedidas <strong>de</strong> tendência não só não <strong>de</strong>saceleraramem termos <strong>de</strong> média anual como apresentaramuma trajectória ascen<strong>de</strong>nte ao longo doano (Gráfico II.5.3 e Quadro II.5.1). Consi<strong>de</strong>randovariações em termos médios anuais, amédia aparada a 10 por cento apresentou umvalor semelhante ao do ano anterior (3.9 porcento), enquanto a componente principal registouum valor superior ao do ano anterior, situando-seem 3.8 por cento (3.4 por cento em2001). Refira-se, adicionalmente, que no finaldo ano, verificou-se uma aproximação entre ainflação observada e os indicadores <strong>de</strong> tendência,após a variação homóloga do IPC se ter situadoabaixo dos indicadores <strong>de</strong> tendência aolongo <strong>de</strong> <strong>2002</strong> (em contraste com o que haviasucedido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> 2000 até ao final <strong>de</strong>2001). Estes indicadores sugerem que, ao longo<strong>de</strong> <strong>2002</strong> e excluindo as já referidas variações irregulares<strong>de</strong> preços, a combinação dos restantesefeitos gerou uma resistência significativa àredução da inflação. Refira-se que estas medidasten<strong>de</strong>m a excluir ou a atribuir um peso reduzidoa componentes cujos preços apresentemcomportamentos anormalmente voláteis,o que se verifica com frequência no caso dosbens alimentares não transformados.150 <strong>Banco</strong> <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> / Relatório <strong>Anual</strong> <strong>de</strong> <strong>2002</strong>

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