Relatório Anual - 2002 - Banco de Portugal

Capítulo I Área do Euro I.1. Enquadramento Externo da Área do EuroTaxa de variação homóloga, mm3Taxa de variação homóloga2.52.01.51.00.50.0-0.5-1.0Gráfico I.1.24JAPÃO – MERCADO DE TRABALHOEmprego-1.5Taxa de desemprego (esc. dir.)-2.0Jan.90 Jan.92 Jan.94 Jan.96 Jan.98 Jan.00 Jan.02Fonte: Thomson Financial Datastream.5.04.03.02.01.00.0-1.0Gráfico I.1.25JAPÃO – PREÇOS NO CONSUMIDORIPC excluindo bensalimentares frescos-2.0Jan.90 Jan.92 Jan.94 Jan.96 Jan.98 Jan.00 Jan.02Fonte: Thomson Financial Datastream.A situação no mercado de trabalho continuoua apresentar-se bastante fraca em 2002,após o agravamento significativo verificadoem 2001 (Gráfico I.1.24 e Quadro I.1.7). O empregoapresentou uma queda de 1.3 por centono conjunto do ano e a taxa de desempregomanteve-se a níveis historicamente elevadospara o Japão, situando-se em 5.3 por cento nofinal de 2002 (5.4 por cento no final do ano anterior).Neste contexto, as remunerações registaramuma queda, tanto em termos nominaiscomo em termos reais.As pressões descendentes sobre os preçoscontinuaram em 2002, dado o fraco dinamismoIPC6.05.55.04.54.03.53.02.52.01.5Em percentagem (cvs), mm3da procura interna e a ampla disponibilidadede recursos por utilizar. Os preços no consumidorregistaram, pelo quarto ano consecutivo,uma variação negativa (0.9 por cento) (GráficoI.1.25), que veio reforçar os receios sobre a entradada economia japonesa numa espiral deflacionista,com os riscos daí decorrentes para ocrescimento económico sustentado e para a estabilidadedo sistema financeiro.Ao longo de 2002, o Banco do Japão continuoua proceder a ajustamentos da política monetária,no sentido de aumentar a quantidadede liquidez cedida ao mercado. O aumento daquantidade de moeda na economia não temsido, todavia, acompanhado por uma expansãodo crédito ao sector privado. Este diminuiunovamente em 2002, reflectindo a fraca evoluçãoda despesa privada e a atitude cautelosados bancos na concessão de novos créditos àsempresas. Com efeito, os créditos de cobrançaduvidosa detidos pelos bancos mantêm-se emníveis preocupantes, ascendendo em Setembrode 2002 a quase 8 por cento do PIB (8.6 por centodo total de empréstimos) (Quadro I.1.8). Oscustos incorridos pelos bancos japoneses comcréditos de cobrança duvidosa (incluindo oprovisionamento e os créditos abatidos) têmsido consideráveis, ultrapassando mesmo deforma recorrente os seus lucros operacionais.Paralelamente, as quedas acentuadas de preçosnos mercados accionistas desde meados de2000 têm também contribuído de forma importantepara a degradação da situação financeirados bancos. No final de Fevereiro de 2002, o governoapresentou um plano de combate à deflaçãoidentificando a resolução dos créditos decobrança duvidosa como prioritária. Por formaa facilitar a resolução deste problema e garantira estabilidade do sistema financeiro, o Bancodo Japão decidiu explorar medidas de políticaque permitissem às instituições financeiras reduziros seus activos em acções, tendo aprovadoem Outubro as condições de aquisição deuma parte da carteira de acções detida pelosbancos comerciais.Desde o início dos anos noventa, tem-se verificadoum agravamento substancial da situaçãodas contas públicas japonesas, reflectindoquer a debilidade da actividade económica,34 Banco de Portugal / Relatório Anual de 2002