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Marcelo Dias Carcanholo | Alexis Saludjian<br />
nas transações correntes das economias latinoamericanas no período. Necessidades estruturais de<br />
financiamento externo construíram a elevação das vulnerabilidades das economias, em função das<br />
reformas neoliberais aprofundadas a partir dos anos 90.<br />
Do ponto de vista da abertura financeira, ela permitiu o crescimento dos empréstimos diretos (para<br />
o setor privado e público) e a entrada de capital externo. Se, do ponto de vista do curto prazo, isto<br />
pode ser positivo, pois financiava as contas negativas das transações correntes, implicou na elevação<br />
do passivo externo líquido (conjunto do estoque da dívida externa com o estoque do capital externo<br />
nas economias domésticas) e, portanto, no crescimento do serviço desse passivo (serviço da dívida<br />
externa acrescido dos fluxos de pagamento em virtude do crescente estoque de capital externo –<br />
transferência de lucros e dividendos, basicamente), em momentos posteriores, o que significou o<br />
aumento da necessidade do financiamento externo para o futuro. Assim, a forma de financiamento<br />
dos déficits em transações correntes transferiu o problema para adiante, e em maior magnitude.<br />
Assim, o processo de abertura externa – uma das pedras angulares da estratégia neoliberal de desenvolvimento<br />
- leva, como se viu na América Latina nos anos 90, a uma enorme dependência dos<br />
fluxos de capitais externos para o fechamento das contas do balanço de pagamentos, dentro de um<br />
ambiente em que o sistema financeiro internacional é instável. A isto se chama fragilidade financeira<br />
das contas externas. Por outro lado, esse processo também promove o aumento da vulnerabilidade<br />
externa dessas economias, no sentido de que reduz a capacidade das mesmas para resistir/combater<br />
os choques externos que ocorram, dentro do contexto de fragilidade financeira. A ampliação da<br />
vulnerabilidade externa estrutural expressa o aprofundamento do caráter dependente da região, em<br />
função da estratégia neoliberal de desenvolvimento.<br />
Em que pese a constituição de governos ditos de esquerda em alguns países da região a partir do<br />
século XXI, o que se vê é que a estratégia neoliberal de desenvolvimento continua dominante, inclusive<br />
no que se refere à lógica da integração regional. É neste quadro que o maior papel protagônico<br />
da China, inclusive neste plano regional, e a especificidade do caso brasileiro se colocam.<br />
Crescente dependência da China e o subimperialismo brasileiro<br />
A crescente sino-dependência da região<br />
Está se tornando generalizada a observação segundo a qual a China vem se tornando protagonista no<br />
cenário do comércio mundial, principalmente nesta primeira década de século XXI. De fato, segundo<br />
dados da CEPAL (2010: 09) a China não só superou na última década a Alemanha no ranking<br />
de exportações mundiais como se transformou em maior exportador mundial de bens. Se dos US$<br />
6,38 bilhões de exportações no mundo em 2000 os Estados Unidos eram responsáveis por 12%, a<br />
Alemanha por 9% e a China por 4%, em 2009 essa participação, respectivamente era de 8%, 9% e<br />
10%, para um total de exportações mundiais de US$ 12,46 bilhões.<br />
Em termos da pauta das exportações, a tabela 1 mostra claramente a redução percentual dos produtos<br />
primários no total das exportações. Eles representavam 20,15% em 1990, caem para 9,0% em<br />
1995, 6,2% em 2000 e chegam a 2,3% e 2,5% em 2008 e 2009. Já as exportações de manufaturas<br />
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