A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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apartares-te dos conhecidos e amigos, e <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>res teu coração<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> toda consolação temporal. Assim exorta também instantemente<<strong>br</strong> />
o apóstolo São Pedro que os fiéis cristãos vivam neste mundo <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
estrangeiros e peregrinos (1 Pdr 2,11).<<strong>br</strong> />
1. Oh! Quanta confiança terá aquele moribundo que não tem<<strong>br</strong> />
afeição a coisa alguma do mundo. Mas <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>r assim o<<strong>br</strong> />
coração <strong>de</strong> tudo, não o <strong>com</strong>preen<strong>de</strong> o espírito ainda enfermo,<<strong>br</strong> />
bem <strong>com</strong>o o homem carnal não conhece a liberda<strong>de</strong> do homem<<strong>br</strong> />
interior. Entretanto, se quiser ser verda<strong>de</strong>iramente espiritual,<<strong>br</strong> />
cumpre-lhe renunciar aos estranhos <strong>com</strong>o aos parentes e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ninguém mais se guardar do que <strong>de</strong> si mesmo. Se te venceres<<strong>br</strong> />
perfeitamente a ti mesmo, tudo o mais sujeitarás <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
facilida<strong>de</strong>. Pois a perfeita vitória é triunfar <strong>de</strong> si mesmo.<<strong>br</strong> />
Porque aquele que se domina a tal ponto, que os sentidos<<strong>br</strong> />
obe<strong>de</strong>çam à razão e a razão lhe obe<strong>de</strong>ça em todas as coisas,<<strong>br</strong> />
este é realmente vencedor <strong>de</strong> si mesmo e senhor do mundo.<<strong>br</strong> />
2. Se aspiras a galgar estas alturas, cumpre-te <strong>com</strong>eçar<<strong>br</strong> />
varonilmente e pôr o machado à raiz, para que arranque e<<strong>br</strong> />
cortes<<strong>br</strong> />
o secreto e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado apego que tens a ti mesmo, e a todo bem<<strong>br</strong> />
particular e sensível. Deste vício do amor excessivo e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado<<strong>br</strong> />
que o homem tem a si mesmo provém quase tudo que radicalmente<<strong>br</strong> />
se há <strong>de</strong> vencer; vencido este e subjugado, logo haverá gran<strong>de</strong> paz e<<strong>br</strong> />
tranqüilida<strong>de</strong> estável. Mas já que poucos tratam <strong>de</strong> morrer a si<<strong>br</strong> />
mesmos e <strong>de</strong>sapegar-se <strong>de</strong> si, por isso ficam presos em si mesmos e<<strong>br</strong> />
não se po<strong>de</strong>m erguer em espírito acima <strong>de</strong> si. A quem, todavia,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>seja livremente seguir-me, cumpre-lhe mortificar todos os seus<<strong>br</strong> />
maus e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados afetos, e não se pren<strong>de</strong>r, <strong>com</strong> amor<<strong>br</strong> />
apaixonado, a criatura alguma.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 54<<strong>br</strong> />
Dos diversos movimentos da natureza e da graça<<strong>br</strong> />
1. Jesus: Filho, observa <strong>com</strong> diligência os movimentos da<<strong>br</strong> />
natureza e da graça: pois são muito opostos uns aos outros e<<strong>br</strong> />
tão sutis que só a custo po<strong>de</strong>m ser discernidos, mesmo por um<<strong>br</strong> />
homem espiritual e interiormente iluminado. Todos, sim,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sejam o bem e intentam algum bem nas suas palavras e<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>as; por isso se enganam muitos <strong>com</strong> a aparência do bem. A<<strong>br</strong> />
natureza é astuta; a muitos atrai, enreda e engana, e não tem