A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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CAPÍTULO 40<<strong>br</strong> />
Que o homem por si mesmo nada tem <strong>de</strong> bom e <strong>de</strong> nada se po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
gloriar<<strong>br</strong> />
1. A alma: Senhor, que é o homem, para que vos lem<strong>br</strong>eis <strong>de</strong>le,<<strong>br</strong> />
ou o filho do homem, para que o visiteis? (Sl 8,5). Por on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
mereceu o homem que lhe <strong>de</strong>is a vossa graça? Como me posso<<strong>br</strong> />
queixar, se me <strong>de</strong>samparais, ou que posso justamente opor, se<<strong>br</strong> />
não me conce<strong>de</strong>is o que peço? Decerto, <strong>com</strong> verda<strong>de</strong> posso<<strong>br</strong> />
pensar e dizer: Senhor, nada sou, nada posso, nada <strong>de</strong> bom<<strong>br</strong> />
tenho <strong>de</strong> mim mesmo, mas falta-me tudo, e sempre pendo<<strong>br</strong> />
para o nada. E se vós não me ajudais e ensinais, fico <strong>de</strong> todo<<strong>br</strong> />
tíbio e relaxado.<<strong>br</strong> />
1. Vós, porém, Senhor, sempre sois o mesmo e permaneceis<<strong>br</strong> />
eternamente bom, justo e santo, e boas são vossas o<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />
2. todas, e justas e santas, e dispon<strong>de</strong>s tudo <strong>com</strong> sabedoria.<<strong>br</strong> />
Mas eu, que sou mais inclinado à negligência que ao<<strong>br</strong> />
aproveitamento espiritual, não sei conservar-me no<<strong>br</strong> />
mesmo estado, porque mudo sete vezes por dia. Mas logo<<strong>br</strong> />
me vai melhor, quando vos apraz esten<strong>de</strong>r-me a mão<<strong>br</strong> />
para me socorrer; porque só vós, sem auxílio humano,<<strong>br</strong> />
me po<strong>de</strong>is ajudar e dar-me firmeza, <strong>de</strong> tal modo que<<strong>br</strong> />
jamais se mu<strong>de</strong> meu rosto, mas só a vós se converta meu<<strong>br</strong> />
coração e em vós <strong>de</strong>scanse.<<strong>br</strong> />
2. Por isso, se eu soubesse rejeitar toda humana consolação,<<strong>br</strong> />
fosse por adquirir a <strong>de</strong>voção, fosse pela necessida<strong>de</strong> que me<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>iga a buscar-vos, então po<strong>de</strong>ria <strong>com</strong> razão esperar a vossa<<strong>br</strong> />
graça e alegrar-me <strong>com</strong> o favor <strong>de</strong> uma nova consolação.<<strong>br</strong> />
3. Graças vos sejam dadas, Senhor, porque <strong>de</strong> vós proce<strong>de</strong> todo o<<strong>br</strong> />
bem que me suce<strong>de</strong>. Mas eu sou vaida<strong>de</strong> e nada, diante <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
vós, sou homem frágil e inconstante. De que posso, pois,<<strong>br</strong> />
gloriar-me, ou por que <strong>de</strong>sejo ser estimado? Porventura do<<strong>br</strong> />
meu nada? Isso seria o cúmulo da vaida<strong>de</strong>. Verda<strong>de</strong>iramente a<<strong>br</strong> />
vanglória é peste maligna e a pior das vaida<strong>de</strong>s, porque nos<<strong>br</strong> />
aparta da glória verda<strong>de</strong>ira e nos priva da graça celestial.<<strong>br</strong> />
Porquanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o homem agrada a si, <strong>de</strong>sagrada a vós, e<<strong>br</strong> />
quando aspira aos humanos louvores, per<strong>de</strong> as verda<strong>de</strong>iras<<strong>br</strong> />
virtu<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />
4. Glória verda<strong>de</strong>ira, porém, e alegria santa é gloriar-se cada um<<strong>br</strong> />
em vós e não em si, <strong>de</strong>leitar-se em vosso nome e não na sua<<strong>br</strong> />
própria virtu<strong>de</strong>, não achar <strong>de</strong>leite em criatura alguma, senão<<strong>br</strong> />
por amor <strong>de</strong> vós. Seja louvado o vosso nome e não