A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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principalmente porque eu sou quem te <strong>de</strong>u tudo. Consi<strong>de</strong>ra<<strong>br</strong> />
todos os bens <strong>com</strong>o dimanados do Sumo Bem, e por isso refere<<strong>br</strong> />
tudo a mim <strong>com</strong>o sua origem.<<strong>br</strong> />
2. De mim, <strong>com</strong>o <strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> vida, tiram água viva o pequeno e o<<strong>br</strong> />
gran<strong>de</strong>, o rico e o po<strong>br</strong>e, e os que me servem voluntária e<<strong>br</strong> />
livremente receberão graça so<strong>br</strong>e graça. Mas quem, fora <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
mim, quiser gloriar-se, ou <strong>de</strong>leitar-se em algum bem<<strong>br</strong> />
particular, jamais po<strong>de</strong>rá firmar-se na verda<strong>de</strong>ira alegria, nem<<strong>br</strong> />
se lhe dilatará o coração, mas sempre andará perturbado e<<strong>br</strong> />
angustiado <strong>de</strong> mil maneiras. Não te atribuas, pois, bem algum,<<strong>br</strong> />
nem a pessoa alguma atribuas virtu<strong>de</strong>, mas refere tudo a<<strong>br</strong> />
Deus, sem o qual nada tem o homem. Eu <strong>de</strong>i tudo, eu quero<<strong>br</strong> />
tudo reaver, e <strong>com</strong> estrito rigor exijo as <strong>de</strong>vidas ações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
graças.<<strong>br</strong> />
3. É esta a verda<strong>de</strong> que afugenta toda a vanglória. E se entrar em<<strong>br</strong> />
teu coração a graça celestial e a verda<strong>de</strong>ira carida<strong>de</strong>, não<<strong>br</strong> />
sentirás mais inveja alguma, nem aperto <strong>de</strong> coração, nem<<strong>br</strong> />
haverá mais lugar para o amor-próprio. Porque tudo vence a<<strong>br</strong> />
divina carida<strong>de</strong>, e multiplica as forças da alma. Se és<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iramente sábio, só em mim te alegrarás e porás a tua<<strong>br</strong> />
confiança; porque ninguém é bom senão Deus (Mt 19,17), só<<strong>br</strong> />
Ele cumpre seja louvado e bendito em tudo, acima <strong>de</strong> todas as<<strong>br</strong> />
coisas.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 10<<strong>br</strong> />
Como, <strong>de</strong>sprezando o mundo, é doce servir a Deus<<strong>br</strong> />
1. A alma: De novo, Senhor, vos falarei, e não me calarei; direi<<strong>br</strong> />
aos ouvidos <strong>de</strong> meu Deus, meu Senhor e meu Rei, que está<<strong>br</strong> />
nas alturas: Quão gran<strong>de</strong>, Senhor, é a abundância da doçura<<strong>br</strong> />
que reservastes aos que vos temem! (Sl 30,20). Mas que será<<strong>br</strong> />
para os que vos amam e <strong>de</strong> todo o coração vos servem? É<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iramente inefável a doçura da contemplação que<<strong>br</strong> />
conce<strong>de</strong>is aos que vos amam. Nisto particularmente me<<strong>br</strong> />
manifestastes a doçura <strong>de</strong> vosso amor: quando não era, vós<<strong>br</strong> />
me criastes e quando andava longe <strong>de</strong> vós, perdido no erro, me<<strong>br</strong> />
reconduzistes a vos servir e me <strong>de</strong>stes o preceito <strong>de</strong> vos amar.<<strong>br</strong> />
2. Ó fonte perene <strong>de</strong> amor, que direi <strong>de</strong> vós? Como po<strong>de</strong>ria eu<<strong>br</strong> />
esquecer-me que vos dignastes lem<strong>br</strong>ar-vos <strong>de</strong> mim, ainda<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>pravado e perdido? Além <strong>de</strong> toda esperança,<<strong>br</strong> />
usastes <strong>de</strong> misericórdia para <strong>com</strong> vosso servo, e acima <strong>de</strong> todo<<strong>br</strong> />
mérito me prodigalizastes vossa graça e amiza<strong>de</strong>. Com que<<strong>br</strong> />
po<strong>de</strong>rei agra<strong>de</strong>cer-vos tal mercê? Porque nem a todos é dado