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A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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porém, só em Deus procura seu consolo e se <strong>de</strong>licia no sumo<<strong>br</strong> />

bem, mais que em todas as coisas visíveis.<<strong>br</strong> />

4. A natureza tudo faz para seu próprio interesse e proveito, nada<<strong>br</strong> />

sabe fazer <strong>de</strong> graça, mas espera sempre, pelo bem que faz,<<strong>br</strong> />

receber outro tanto ou melhor em elogios ou favores e <strong>de</strong>seja<<strong>br</strong> />

que se faça gran<strong>de</strong> caso <strong>de</strong> seus efeitos e dons. A graça,<<strong>br</strong> />

porém, não busca nenhuma coisa temporal, nem <strong>de</strong>seja outro<<strong>br</strong> />

prêmio, senão Deus só, e do temporal não <strong>de</strong>seja mais do que<<strong>br</strong> />

quanto lhe possa servir para conseguir a vida eterna.<<strong>br</strong> />

5. A natureza preza-se <strong>de</strong> muitos amigos e parentes, ufana-se <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

sua posição elevada e linhagem ilustre, procura agradar aos<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>rosos, lisonjeia os ricos, aplau<strong>de</strong> os seus iguais. A graça,<<strong>br</strong> />

porém, ama os próprios inimigos, não se gaba do gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> seus amigos, não faz caso <strong>de</strong> posição e no<strong>br</strong>eza, se<<strong>br</strong> />

lhes não vê unida maior virtu<strong>de</strong>. Favorece mais ao po<strong>br</strong>e que<<strong>br</strong> />

ao rico, tem mais <strong>com</strong>paixão do inocente do que do po<strong>de</strong>roso,<<strong>br</strong> />

alegra-se <strong>com</strong> o sincero, e não <strong>com</strong> o mentiroso. Estimula<<strong>br</strong> />

sempre os bons e maiores progressos, para que se<<strong>br</strong> />

assemelhem, pelas virtu<strong>de</strong>s, ao Filho <strong>de</strong> Deus. A natureza logo<<strong>br</strong> />

se queixa da penúria e do trabalho. A graça sofre <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

paciência a po<strong>br</strong>eza.<<strong>br</strong> />

6. A natureza atribui tudo a si, em proveito seu peleja a porfia. A<<strong>br</strong> />

graça, porém, atribui tudo a Deus, <strong>de</strong> quem tudo dimana <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> sua origem; nenhum bem atribui a si <strong>com</strong> arrogante<<strong>br</strong> />

presunção, não questiona, nem prefere a sua opinião à dos<<strong>br</strong> />

outros, mas em todo juízo e parecer se sujeita à sabedoria<<strong>br</strong> />

eterna e ao divino exame. A natureza <strong>de</strong>seja saber segredos e<<strong>br</strong> />

ouvir novida<strong>de</strong>s, quer exibir-se em público e experimentar<<strong>br</strong> />

muitas coisas pelos sentidos; <strong>de</strong>seja ser conhecida e fazer<<strong>br</strong> />

aquilo don<strong>de</strong> lhe resultem louvor e admiração. A graça não<<strong>br</strong> />

cuida <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>s e curiosida<strong>de</strong>s, porque tudo isso nasce da<<strong>br</strong> />

corrupção antiga, pois nada há <strong>de</strong> novo e estável so<strong>br</strong>e a terra.<<strong>br</strong> />

Ensina, pois, a refrear os sentidos, a evitar a vã <strong>com</strong>placência<<strong>br</strong> />

e ostentação, a ocultar humil<strong>de</strong>mente o que provoque<<strong>br</strong> />

admiração e louvor, busca em todas as coisas e ciências<<strong>br</strong> />

proveito espiritual e a honra e glória <strong>de</strong> Deus. Não quer que a<<strong>br</strong> />

louvem, nem às suas o<strong>br</strong>as, mas que Deus seja bendito em<<strong>br</strong> />

seus dons, que ele prodigaliza a todos por mera bonda<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

7. A graça é uma luz so<strong>br</strong>enatural e um dom especial <strong>de</strong> Deus; é<<strong>br</strong> />

propriamente o sinal dos escolhidos e o penhor da salvação<<strong>br</strong> />

eterna, pois eleva o homem das coisas terrenas ao amor das<<strong>br</strong> />

celestiais, e <strong>de</strong> carnal o torna espiritual. Quanto mais, pois, é<<strong>br</strong> />

oprimida e dominada a natureza, tanto maior graça é

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