A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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inteiramente morto ao mundo, e que o mundo não está <strong>de</strong> todo<<strong>br</strong> />
crucificado para ti (Gál 6,14). Mas ouve a minha palavra e não<<strong>br</strong> />
farás caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil palavras humanas. Mesmo que<<strong>br</strong> />
dissessem contra ti quanto po<strong>de</strong> inventar a mais negra<<strong>br</strong> />
malícia, que mal te faria, se o <strong>de</strong>ixasses passar, não fazendo<<strong>br</strong> />
mais caso daquilo que duma palha? Porventura po<strong>de</strong>ria<<strong>br</strong> />
arrancar-te um só cabelo?<<strong>br</strong> />
3. Mas quem não domina o coração, nem tem a Deus, diante dos<<strong>br</strong> />
olhos, facilmente fica aborrecido <strong>com</strong> uma palavra <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
repreensão. Aquele, porém, que confia em mim, e não se aferra<<strong>br</strong> />
à sua própria opinião, viverá sem temor dos homens. Eu sou o<<strong>br</strong> />
juiz e conheço todos os segredos, sei <strong>com</strong>o se passou tudo,<<strong>br</strong> />
quem fez a injúria e quem a sofre. De mim saiu esta palavra,<<strong>br</strong> />
por minha permissão te suce<strong>de</strong>u isso, "para que fossem<<strong>br</strong> />
revelados os pensamentos <strong>de</strong> muitos corações" (Lc 2,35).<<strong>br</strong> />
Julgarei o culpado e o inocente: primeiro, porém, quis provar<<strong>br</strong> />
ambos por oculto juízo.<<strong>br</strong> />
4. Engana, muitas vezes, o testemunho dos homens; meu juízo é<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iro e não será revogado. As mais das vezes é oculto e<<strong>br</strong> />
poucos lhe conhecem todas as particularida<strong>de</strong>s, mas nunca<<strong>br</strong> />
erra, nem po<strong>de</strong> errar, posto que pareça menos reto aos olhos<<strong>br</strong> />
dos néscios. A mim, pois, <strong>de</strong>ves recorrer em todo juízo e não te<<strong>br</strong> />
ater ao teu próprio parecer. Pois o justo não se perturbará,<<strong>br</strong> />
seja o que for que lhe suceda, por permissão <strong>de</strong> Deus. Não se<<strong>br</strong> />
afligirá <strong>com</strong> as palavras que contra ele disserem injustamente.<<strong>br</strong> />
Mas também não se encherá <strong>de</strong> vã alegria, quando outros o<<strong>br</strong> />
justificarem <strong>com</strong> razões. Ele pon<strong>de</strong>ra que "eu sou o<<strong>br</strong> />
perscrutador dos corações e dos rins" (Sl 7,10), e não julgo<<strong>br</strong> />
segundo o exterior e as aparências humanas. Porque muitas<<strong>br</strong> />
vezes é culpável a meus olhos o que é tido por louvável na<<strong>br</strong> />
opinião dos homens.<<strong>br</strong> />
5. A alma: Senhor, "Deus, juiz justo, forte e paciente" (Sl 7,12),<<strong>br</strong> />
que conheceis a fraqueza e malícia dos homens, se<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
minha fortaleza e toda a minha confiança, porque não me basta a<<strong>br</strong> />
consciência da própria força. Vós sabeis o que eu não sei, por isso<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>via ter recebido qualquer repreensão <strong>com</strong> humilda<strong>de</strong> e mansidão.<<strong>br</strong> />
Perdoai-me, portanto, por todas as vezes que assim o não o fiz, e<<strong>br</strong> />
dai-me <strong>de</strong> novo mais graça para sofrer. Portanto, mais valiosa me é<<strong>br</strong> />
vossa abundante misericórdia para alcançar o perdão dos pecados<<strong>br</strong> />
do que minha pretensa justiça em <strong>de</strong>fesa do que está oculto na<<strong>br</strong> />
consciência. E mesmo que ela <strong>de</strong> nada me acuse, nem por isso sou<<strong>br</strong> />
justificado; porque sem a vossa misericórdia "nenhum vivente<<strong>br</strong> />
haverá justo a vossos olhos" (Sl 142,2).