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A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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1. A alma: Confesso contra mim mesmo minha malda<strong>de</strong> (Sl 31,5),<<strong>br</strong> />

confesso, Senhor, minha fraqueza. Muitas vezes a menor coisa<<strong>br</strong> />

basta para me abater e entristecer. Proponho agir<<strong>br</strong> />

valorosamente, mas assim que me so<strong>br</strong>evém uma pequena<<strong>br</strong> />

tentação, vejo-me em gran<strong>de</strong>s apuros. Às vezes é <strong>de</strong> uma coisa<<strong>br</strong> />

mesquinha que me vem grave aflição. E quando me julgo<<strong>br</strong> />

algum tanto seguro, vejo-me, não raro, vencido por um sopro,<<strong>br</strong> />

quando menos o penso.<<strong>br</strong> />

2. Olhai, pois, Senhor, para esta minha baixeza e fragilida<strong>de</strong>, que<<strong>br</strong> />

conheceis perfeitamente. Compa<strong>de</strong>cei-vos <strong>de</strong> mim e tirai-me da<<strong>br</strong> />

lama, para que não fique atolado (Sl 68,18) e arruinado para<<strong>br</strong> />

sempre. É isto que a miúdo me atormenta e confun<strong>de</strong> em<<strong>br</strong> />

vossa presença: o ser eu tão inclinado a cair, e tão fraco a<<strong>br</strong> />

resistir às paixões. E embora não me levem ao pleno<<strong>br</strong> />

consentimento, muito me molestam e afligem seus assaltos, e<<strong>br</strong> />

muito me enfastia o viver sempre nesta peleja. Nisto conheço<<strong>br</strong> />

minha fraqueza, que mais <strong>de</strong>pressa me vem do que se vão<<strong>br</strong> />

essas abomináveis fantasias da imaginação.<<strong>br</strong> />

3. Ó po<strong>de</strong>rosíssimo Deus <strong>de</strong> Israel, zelador das almas fiéis, olhai<<strong>br</strong> />

para os trabalhos e dores <strong>de</strong> vosso servo, e assisti-lhe em<<strong>br</strong> />

todos os seus empreendimentos! Confortai-me <strong>com</strong> a força<<strong>br</strong> />

celestial, para que não me vença e domine o homem velho, a<<strong>br</strong> />

mísera carne, ainda não inteiramente sujeita ao espírito,<<strong>br</strong> />

contra a qual será necessário pelejar enquanto estiver nesta<<strong>br</strong> />

miserável vida. Ai! que vida é esta, em que nunca faltam as<<strong>br</strong> />

tribulações e misérias, em que tudo está cheio <strong>de</strong> inimigos e<<strong>br</strong> />

ciladas! Porque mal acaba um tribulação ou tentação, outra já<<strong>br</strong> />

se aproxima, e até antes <strong>de</strong> acabar um <strong>com</strong>bate, muitos outros<<strong>br</strong> />

já so<strong>br</strong>evêm, e inesperados.<<strong>br</strong> />

4. E <strong>com</strong>o se po<strong>de</strong> amar uma vida cheia <strong>de</strong> tantas amarguras,<<strong>br</strong> />

sujeita a tantas calamida<strong>de</strong>s e misérias? Como se po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

chamar vida o que gera tantas mortes e <strong>de</strong>sgraças? E, não<<strong>br</strong> />

obstante, muitos amam e procuram nela <strong>de</strong>leitar-se. Muitos<<strong>br</strong> />

acoimam o mundo <strong>de</strong> enganador e vão, e ainda assim lhes<<strong>br</strong> />

custa <strong>de</strong>ixá-lo, porque se <strong>de</strong>ixam dominar pelos apetites da<<strong>br</strong> />

carne. Muitas coisas nos inclinam a amar o mundo, outras a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sprezá-lo. Fazem amar o mundo a concupiscência da carne,<<strong>br</strong> />

a concupiscência dos olhos e a soberba da vida; mas as penas<<strong>br</strong> />

e as misérias que estas coisas se seguem geram o ódio e<<strong>br</strong> />

aborrecimento do mundo.<<strong>br</strong> />

5. Infelizmente, o vil <strong>de</strong>leite vence a alma mundana, que julga<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>lícia o estar em meio dos espinhos (Jó 30,7), porque nunca<<strong>br</strong> />

viu nem provou a doçura <strong>de</strong> Deus, nem a intrínseca suavida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

da virtu<strong>de</strong>. Mas aqueles que perfeitamente <strong>de</strong>sprezam o

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