A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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outra coisa em mira senão a si mesma. Mas a graça anda <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
simplicida<strong>de</strong>, evita a menor aparência do mal, não usa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
enganos, e tudo faz puramente por Deus, no qual <strong>de</strong>scansa<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o em seu último fim.<<strong>br</strong> />
2. A natureza tem horror à mortificação, não quer ser oprimida,<<strong>br</strong> />
nem vencida, nem sujeita, nem submeter-se voluntariamente a<<strong>br</strong> />
outrem. A graça, porém, aplica-se à mortificação própria,<<strong>br</strong> />
resiste à sensualida<strong>de</strong>, quer estar sujeita, <strong>de</strong>seja ser vencida e<<strong>br</strong> />
não quer usar da própria liberda<strong>de</strong>: gosta <strong>de</strong> estar sob a<<strong>br</strong> />
disciplina, não cobiça dominar so<strong>br</strong>e outrem, mas quer viver,<<strong>br</strong> />
ficar e permanecer sempre <strong>de</strong>baixo da mão <strong>de</strong> Deus, sempre<<strong>br</strong> />
pronta, por amor <strong>de</strong> Deus, a se curvar humil<strong>de</strong>mente a toda<<strong>br</strong> />
criatura humana. A natureza trabalha por seu próprio<<strong>br</strong> />
interesse e só atenta no lucro que <strong>de</strong> outrem lhe po<strong>de</strong> advir. A<<strong>br</strong> />
graça, porém, pon<strong>de</strong>ra não o que lhe seja útil ou cômodo, mas<<strong>br</strong> />
o que a muitos seja proveitoso. A natureza gosta <strong>de</strong> receber<<strong>br</strong> />
honras e homenagens; a graça, porém, refere fielmente a Deus<<strong>br</strong> />
toda honra e glória.<<strong>br</strong> />
1. A natureza teme a confusão e <strong>de</strong>sprezo; mas a graça<<strong>br</strong> />
alegra-se <strong>de</strong> sofrer injúrias pelo nome <strong>de</strong> Jesus. A<<strong>br</strong> />
natureza aprecia a ociosida<strong>de</strong> e o bem estar do corpo; a<<strong>br</strong> />
graça, porém, não po<strong>de</strong> estar ociosa e a<strong>br</strong>aça <strong>com</strong> prazer<<strong>br</strong> />
o trabalho. A<<strong>br</strong> />
2. natureza gosta <strong>de</strong> possuir coisas esquisitas e lindas e<<strong>br</strong> />
aborrece as vis e grosseiras; mas a graça se <strong>com</strong>praz nas<<strong>br</strong> />
simples e mo<strong>de</strong>stas, não <strong>de</strong>spreza as ásperas, nem<<strong>br</strong> />
recusa vertir-se <strong>de</strong> hábito velho. A natureza cuida dos<<strong>br</strong> />
bens temporais, alegrase por um lucro pequeno,<<strong>br</strong> />
entristece-se por um prejuízo e irrita-se <strong>com</strong> uma<<strong>br</strong> />
palavrinha injuriosa. A graça, porém, cuida das coisas<<strong>br</strong> />
eternas, não se apega às temporais, não se perturba <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
a sua perda, nem se ofen<strong>de</strong> <strong>com</strong> palavras ásperas;<<strong>br</strong> />
porquanto pôs o seu tesouro e sua glória no céu on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
nada perece.<<strong>br</strong> />
3. A natureza é cobiçosa, antes quer receber do que dar; gosta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ter coisas próprias e particulares. Mas a graça é generosa e<<strong>br</strong> />
liberal, foge <strong>de</strong> singularida<strong>de</strong>s, contenta-se <strong>com</strong> pouco e<<strong>br</strong> />
consi<strong>de</strong>ra "maior felicida<strong>de</strong> o dar que o receber"( At 20,35). A<<strong>br</strong> />
natureza inclina-se para as criaturas, para a própria carne,<<strong>br</strong> />
para as vaida<strong>de</strong>s e passatempos. Mas a graça nos conduz a<<strong>br</strong> />
Deus e às virtu<strong>de</strong>s, renuncia às criaturas, foge do mundo,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>testa os apetites carnais, restringe as vagueações e peja-se<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> aparecer em público. A natureza gosta <strong>de</strong> ter qualquer<<strong>br</strong> />
consolação exterior <strong>com</strong> que <strong>de</strong>leite os sentidos. A graça,