A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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a gran<strong>de</strong> honra. Ao humil<strong>de</strong> revela seus segredos e <strong>com</strong> doçura a si<<strong>br</strong> />
o atrai e convida. O humil<strong>de</strong>, ao sofrer afrontas, conserva sua paz,<<strong>br</strong> />
porque confia em Deus e não no mundo. Não julgues ter feito<<strong>br</strong> />
progresso algum, enquanto te não reconheças inferior a todos.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 3<<strong>br</strong> />
Do homem bom e pacífico<<strong>br</strong> />
1. Primeiro conserva-te em paz, e <strong>de</strong>pois po<strong>de</strong>rás pacificar os<<strong>br</strong> />
outros. O homem apaixonado, até o bem converte em mal e<<strong>br</strong> />
facilmente acredita no mal; o homem bom e pacífico, pelo<<strong>br</strong> />
contrário, faz <strong>com</strong> que tudo se converta em bem. Quem está<<strong>br</strong> />
em boa paz <strong>de</strong> ninguém <strong>de</strong>sconfia; o <strong>de</strong>scontente e perturbado,<<strong>br</strong> />
porém, é <strong>com</strong>batido <strong>de</strong> várias suspeitas e não sossega, nem<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ixa os outros sossegarem. Diz muitas vezes o que não <strong>de</strong>via<<strong>br</strong> />
dizer, e <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer o que mais lhe conviria. Aten<strong>de</strong> às<<strong>br</strong> />
o<strong>br</strong>igações alheias, e <strong>de</strong>scuida-se das próprias. Tem, pois,<<strong>br</strong> />
principalmente zelo <strong>de</strong> ti, e <strong>de</strong>pois o terás, <strong>com</strong> direito, do teu<<strong>br</strong> />
próximo.<<strong>br</strong> />
2. Bem sabes <strong>de</strong>sculpar e co<strong>br</strong>ir tuas faltas, e não queres aceitar<<strong>br</strong> />
as <strong>de</strong>sculpas dos outros! Mais justo fora que te acusasses a ti<<strong>br</strong> />
e escusasses o teu irmão. Suporta os outros, se queres que te<<strong>br</strong> />
suportem a ti. Nota quão longe estás ainda da verda<strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />
carida<strong>de</strong> e humilda<strong>de</strong>, que não sabe irar-se ou indignar-se<<strong>br</strong> />
senão contra si própria. Não é gran<strong>de</strong> coisa conviver <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
homens bons e mansos, porque isso, naturalmente, agrada a<<strong>br</strong> />
todos; e cada um gosta <strong>de</strong> viver em paz e ama os que são <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
seu parecer. Viver, porém, em paz <strong>com</strong> pessoas ásperas,<<strong>br</strong> />
perversas e mal educadas que nos contrariam, é gran<strong>de</strong> graça<<strong>br</strong> />
e ação louvável e varonil.<<strong>br</strong> />
3. Uns há que têm paz consigo e <strong>com</strong> os mais; outros que não<<strong>br</strong> />
têm paz nem a <strong>de</strong>ixam aos <strong>de</strong>mais; são insuportáveis aos<<strong>br</strong> />
outros, e ainda mais o são a si mesmos. E há outros que têm<<strong>br</strong> />
paz consigo e procuram-na para os <strong>de</strong>mais. Toda a nossa paz,<<strong>br</strong> />
porém, nesta vida miserável, consiste mais na humil<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
resignação, que em não sentir as contrarieda<strong>de</strong>s. Quem<<strong>br</strong> />
melhor sabe sofrer maior paz terá. Esse é vencedor <strong>de</strong> si<<strong>br</strong> />
mesmo e senhor do mundo, amigo <strong>de</strong> <strong>Cristo</strong> e her<strong>de</strong>iro do céu.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 4<<strong>br</strong> />
Da mente pura e da intenção simples