A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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5. Lem<strong>br</strong>a-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ver, nem os ouvidos <strong>de</strong> ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo<<strong>br</strong> />
às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites<<strong>br</strong> />
sensuais mancham a consciência e per<strong>de</strong>m a graça <strong>de</strong> Deus.<<strong>br</strong> />
CAPITULO 2<<strong>br</strong> />
Do humil<strong>de</strong> sentir <strong>de</strong> si mesmo<<strong>br</strong> />
1. Todo homem tem <strong>de</strong>sejo natural <strong>de</strong> saber; mas que aproveitará a<<strong>br</strong> />
ciência, sem o temor <strong>de</strong> Deus? Melhor é, por certo,<<strong>br</strong> />
o humil<strong>de</strong> camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo<<strong>br</strong> />
que observa o curso dos astros, mas se <strong>de</strong>scuida <strong>de</strong> si mesmo.<<strong>br</strong> />
Aquele que se conhece bem se <strong>de</strong>spreza e não se <strong>com</strong>praz em<<strong>br</strong> />
humanos louvores. Se eu soubesse quanto há no mundo, porém me<<strong>br</strong> />
faltasse a carida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> que me serviria isso perante Deus, que me há<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> julgar segundo minhas o<strong>br</strong>as?<<strong>br</strong> />
1. Renuncia ao <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> saber, porque nele há<<strong>br</strong> />
muita distração e ilusão. Os letrados gostam <strong>de</strong> ser vistos e<<strong>br</strong> />
tidos por sábios. Muitas coisas há cujo conhecimento pouco<<strong>br</strong> />
ou nada aproveita à alma. E mui insensato é quem <strong>de</strong> outras<<strong>br</strong> />
coisas se ocupa e não das que tocam à sua salvação. As<<strong>br</strong> />
muitas palavras não satisfazem à alma, mas uma palavra boa<<strong>br</strong> />
refrigera o espírito e uma consciência pura inspira gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
confiança em Deus.<<strong>br</strong> />
2. Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente<<strong>br</strong> />
serás julgado, se <strong>com</strong> isso não viveres mais santamente. Não<<strong>br</strong> />
te <strong>de</strong>svaneças, pois, <strong>com</strong> qualquer arte ou conhecimento que<<strong>br</strong> />
recebeste. Se te parece que sabes e enten<strong>de</strong>s bem muitas<<strong>br</strong> />
coisas, lem<strong>br</strong>a-te que é muito mais o que ignoras. Não te<<strong>br</strong> />
presumas <strong>de</strong> alta sabedoria (Rom 11,20); antes, confessa a tua<<strong>br</strong> />
ignorância. Como tu queres a alguém te preferir, quando se<<strong>br</strong> />
acham muitos mais doutos do que tu e mais versados na lei?<<strong>br</strong> />
Se queres saber e apren<strong>de</strong>r coisa útil, <strong>de</strong>seja ser <strong>de</strong>sconhecido<<strong>br</strong> />
e tido por nada.<<strong>br</strong> />
3. Não há melhor e mais útil estudo que se conhecer<<strong>br</strong> />
perfeitamente e <strong>de</strong>sprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e<<strong>br</strong> />
pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
gran<strong>de</strong> sabedoria e perfeição. Ainda quando vejas alguém<<strong>br</strong> />
pecar publicamente ou <strong>com</strong>eter faltas graves, nem por isso te<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo po<strong>de</strong>rás