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A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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<strong>de</strong>svaneças, nem te entregues a excessiva alegria ou a vã<<strong>br</strong> />

presunção; sê antes mais humil<strong>de</strong> pelo dom recebido, mais<<strong>br</strong> />

pru<strong>de</strong>nte e timorato em tuas ações, pois passará aquela hora e<<strong>br</strong> />

voltará a tentação. Quando te for tirada a consolação, não<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sesperes logo, aguarda, pelo contrário, <strong>com</strong> humilda<strong>de</strong> e<<strong>br</strong> />

paciência, a visita celestial; pois Deus é bastante po<strong>de</strong>roso<<strong>br</strong> />

para restituir-te maior graça e consolação. Isto não é novo nem<<strong>br</strong> />

estranho aos que são experientes nos caminhos <strong>de</strong> Deus;<<strong>br</strong> />

porque nos gran<strong>de</strong>s santos e antigos profetas houve muitas<<strong>br</strong> />

vezes esta mudança.<<strong>br</strong> />

5. Por isso um <strong>de</strong>les, sentindo a presença da graça, exclamava:<<strong>br</strong> />

Eu disse em minha abundância: não serei abalado jamais (Sl<<strong>br</strong> />

29,7). Sentindo, porém, retirar-se a graça, acrescenta:<<strong>br</strong> />

Desviastes <strong>de</strong> mim, Senhor, o vosso rosto, e fiquei perturbado<<strong>br</strong> />

(v.8). Entretanto não <strong>de</strong>sespera, mas <strong>com</strong> mais instância roga<<strong>br</strong> />

ao Senhor, e diz: A vós, Senhor, clamarei, e ao meu Deus<<strong>br</strong> />

rogarei (v.9). Alcança, afinal, o fruto <strong>de</strong> sua oração e atesta ter<<strong>br</strong> />

sido atendido, dizendo: Ouviu-me o Senhor, e <strong>com</strong>pa<strong>de</strong>ceu-se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> mim, o Senhor se fez meu protetor (v.11). Mas em quê?<<strong>br</strong> />

Convertestes, diz ele, meu pranto em gozo, e me cercastes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

alegria (v.12). Se isto suce<strong>de</strong>u aos gran<strong>de</strong>s santos, não<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sesperar nós outros, fracos e po<strong>br</strong>es, por nos<<strong>br</strong> />

sentirmos umas vezes <strong>com</strong> fervor, outras vezes <strong>com</strong> frieza<<strong>br</strong> />

porque vai e vem o espírito <strong>de</strong> Deus, segundo lhe apraz. Por<<strong>br</strong> />

isso diz o santo Jó: Senhor, visitais o homem na madrugada, e<<strong>br</strong> />

logo o provais (7,18).<<strong>br</strong> />

6. Em que posso, pois, esperar ou em que <strong>de</strong>vo confiar, senão na<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong> misericórdia <strong>de</strong> Deus e na esperança da graça<<strong>br</strong> />

celestial? Porque, ou me assistem homens justos, irmãos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>votos e amigos fiéis, ou livros santos e formosos tratados, ou<<strong>br</strong> />

cânticos e hinos suaves, tudo isso <strong>de</strong> pouco me serve e pouco<<strong>br</strong> />

me agrada, quando estou <strong>de</strong>samparado da graça e entregue à<<strong>br</strong> />

minha própria po<strong>br</strong>eza. Não há então melhor remédio que<<strong>br</strong> />

Deus.<<strong>br</strong> />

7. Nunca encontrei homem tão religioso e <strong>de</strong>voto, que não<<strong>br</strong> />

sofresse, às vezes, a subtração da graça e sentisse o<<strong>br</strong> />

arrefecimento do fervor. Nenhum santo foi tão altamente<<strong>br</strong> />

arrebatado e esclarecido que, antes ou <strong>de</strong>pois, não fosse<<strong>br</strong> />

tentado. Porque não é digno da alta contemplação <strong>de</strong> Deus<<strong>br</strong> />

quem por Deus não sofreu alguma tribulação. Costuma vir<<strong>br</strong> />

primeiro a tentação, <strong>com</strong>o sinal precursor da próxima<<strong>br</strong> />

consolação; porque aos provados pela tentação é prometido o<<strong>br</strong> />

celeste consolo. A quem tiver vencido, diz o Senhor, darei a<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>er o fruto da árvore da vida (Apc 2,7).

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