A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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3. Jesus: Que conformes <strong>com</strong>pletamente teu <strong>de</strong>sejo a meu<<strong>br</strong> />
beneplácito e não sejas amante <strong>de</strong> ti mesmo, mas zeloso<<strong>br</strong> />
cumpridor <strong>de</strong> minha vonta<strong>de</strong>. Muitas vezes se inflamam teus<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sejos, e <strong>com</strong> veemência te impelem; examina, porém, o que<<strong>br</strong> />
mais te move, se minha honra ou teu próprio interesse. Se for<<strong>br</strong> />
eu o motivo, ficarás bem contente, qualquer que seja<<strong>br</strong> />
o sucesso do empreendimento; mas, se lá se ocultar algum interesse<<strong>br</strong> />
próprio, eis que isto logo te embaraça e aflige.<<strong>br</strong> />
1. Guarda-te, pois, <strong>de</strong> confiar <strong>de</strong>masiadamente em preconcebidos<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sejos que tens sem me consultar, para que não suceda que<<strong>br</strong> />
te arrependas e te <strong>de</strong>sagra<strong>de</strong> o que primeiro te agradou e<<strong>br</strong> />
procuraste <strong>com</strong> zelo, por te haver parecido melhor. Porém nem<<strong>br</strong> />
todo <strong>de</strong>sejo que pareça bom logo <strong>de</strong>vemos seguir, nem<<strong>br</strong> />
tampouco a todo sentimento contrário logo havemos <strong>de</strong> fugir.<<strong>br</strong> />
Convém, às vezes, refrear mesmo os bons empenhos e <strong>de</strong>sejos,<<strong>br</strong> />
para que as preocupações não te distraiam o espírito; para que<<strong>br</strong> />
não dês escândalo por falta <strong>de</strong> discrição; para que, enfim, não<<strong>br</strong> />
te perturbe a resistência dos outros e <strong>de</strong>sfaleças.<<strong>br</strong> />
2. Outras vezes, ao contrário, é preciso usar <strong>de</strong> violência e<<strong>br</strong> />
rebater varonilmente os apetites dos sentidos sem aten<strong>de</strong>r ao<<strong>br</strong> />
que a carne quer ou não quer, mas trabalhando por sujeitá-la ao<<strong>br</strong> />
espírito, ainda que se revolte. Cumpre castigá-la e curvá-la à<<strong>br</strong> />
sujeição, a tal ponto, que esteja disposta para tudo, sabendo<<strong>br</strong> />
contentar-se <strong>com</strong> pouco e <strong>de</strong>leitar-se <strong>com</strong> a simplicida<strong>de</strong>, sem<<strong>br</strong> />
resmungar por qualquer incômodo.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 12<<strong>br</strong> />
Da escola da paciência e luta contra as concupiscências<<strong>br</strong> />
1. A alma: Deus e Senhor meu, pelo que vejo, a paciência me é<<strong>br</strong> />
muito necessária; pois são muitas as contrarieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta<<strong>br</strong> />
vida. Por mais que se procure a paz, não há viver sem <strong>com</strong>bate<<strong>br</strong> />
e sofrimento.<<strong>br</strong> />
2. Jesus: Assim é, filho, e não quero que busques uma paz isenta<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> tentações e contrarieda<strong>de</strong>s, mas que julgues ter achado a<<strong>br</strong> />
paz, ainda quando fores molestado <strong>de</strong> muitas atribulações e<<strong>br</strong> />
provado em muitas contrarieda<strong>de</strong>s. Se dizes que não po<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />
sofrer tanta coisa, <strong>com</strong>o suportarás, então, o purgatório? De<<strong>br</strong> />
dois males sempre se <strong>de</strong>ve escolher o menor. Para escapar dos<<strong>br</strong> />
suplícios futuros, trata <strong>de</strong> sofrer <strong>com</strong> paciência os males