A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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etira, logo fica po<strong>br</strong>e e fraco, <strong>com</strong>o que abandonado aos<<strong>br</strong> />
castigos. Ainda assim, não <strong>de</strong>ves <strong>de</strong>sanimar nem <strong>de</strong>sesperar,<<strong>br</strong> />
antes resignar-te na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, e sofrer tudo que te<<strong>br</strong> />
acontecer, por honra <strong>de</strong> Jesus; pois ao inverno suce<strong>de</strong> o verão,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>pois da noite volta o dia, e após a tempesta<strong>de</strong> reina a<<strong>br</strong> />
bonança.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 9<<strong>br</strong> />
Da privação <strong>de</strong> toda consolação<<strong>br</strong> />
1. Não é dificultoso <strong>de</strong>sprezar as consolações humanas,<<strong>br</strong> />
quando gozamos das divinas. Gran<strong>de</strong> coisa, porém, e mui<<strong>br</strong> />
meritória, é po<strong>de</strong>r estar sem consolação, tanto divina<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o humana, sofrendo <strong>de</strong> boa mente o <strong>de</strong>samparo do<<strong>br</strong> />
coração,<<strong>br</strong> />
2. sem em nada buscar-se a si mesmo, nem aten<strong>de</strong>r ao seu<<strong>br</strong> />
próprio merecimento. Que maravilha será estares alegre e<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>voto, quando te assiste a graça! De todos é almejada<<strong>br</strong> />
esta hora. E mui suave andar, levado pela graça <strong>de</strong> Deus.<<strong>br</strong> />
E que maravilha não sentir a carga aquele que é<<strong>br</strong> />
sustentado pelo Onipotente e a<strong>com</strong>panhado do guia<<strong>br</strong> />
supremo!<<strong>br</strong> />
2. Gostamos <strong>de</strong> ter qualquer consolação, e é penoso ao homem<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>spojar-se <strong>de</strong> si mesmo. O glorioso mártir São Lourenço<<strong>br</strong> />
venceu o mundo em união <strong>com</strong> seu pai espiritual, porque<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sprezou todos os atrativos do século e sofreu <strong>com</strong> paciência,<<strong>br</strong> />
por amor <strong>de</strong> <strong>Cristo</strong>, que o separassem do Supremo Pontífice<<strong>br</strong> />
São Xisto a quem ele muito amava! Assim, <strong>com</strong> a amor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Deus, ele subjugou o amor da criatura, e ao alívio humano<<strong>br</strong> />
preferiu o beneplácito divino. Daí apren<strong>de</strong> tu a <strong>de</strong>ixar, às<<strong>br</strong> />
vezes, por amor <strong>de</strong> Deus, um parente ou amigo querido. Nem<<strong>br</strong> />
tanto te aflijas se te abandonar algum amigo, sabendo que<<strong>br</strong> />
todos, finalmente, nos havemos <strong>de</strong> separar uns dos outros.<<strong>br</strong> />
3. Só <strong>com</strong> renhido e longo <strong>com</strong>bate interior apren<strong>de</strong> o homem a<<strong>br</strong> />
dominar-se plenamente e pôr em Deus todo o seu afeto.<<strong>br</strong> />
Quando o homem confia em si, facilmente <strong>de</strong>sliza nas<<strong>br</strong> />
consolações humanas. Mas o verda<strong>de</strong>iro amigo <strong>de</strong> <strong>Cristo</strong> e<<strong>br</strong> />
fervoroso imitador <strong>de</strong> suas virtu<strong>de</strong>s não se inclina às<<strong>br</strong> />
consolações nem busca tais doçuras sensíveis; antes, procura<<strong>br</strong> />
exercícios austeros e sofre por <strong>Cristo</strong> trabalhos penosos.<<strong>br</strong> />
4. Quando, pois, Deus te mandar consolação espiritual, recebe-a<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> ações <strong>de</strong> graças, mas lem<strong>br</strong>a-te sempre que é mercê <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Deus, e não merecimento teu. Com isto, porém, não te