A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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CAPÍTULO 58<<strong>br</strong> />
Que não <strong>de</strong>vemos escrutar as coisas mais altas e os ocultos juízos<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Deus<<strong>br</strong> />
1. Jesus: Filho, guarda-te <strong>de</strong> disputar so<strong>br</strong>e assuntos altos e os<<strong>br</strong> />
ocultos juízos <strong>de</strong> Deus; não queiras investigar por que este é<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ixado em tal estado, aquele elevado a tanta graça, este tão<<strong>br</strong> />
oprimido, aquele tão exaltado. Isso exce<strong>de</strong> o alcance humano,<<strong>br</strong> />
e não há raciocínio nem discussão que possam escrutar os<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sígnios <strong>de</strong> Deus. Quando, pois, o inimigo te sugere tais<<strong>br</strong> />
pensamentos, ou os curiosos questionarem so<strong>br</strong>e eles,<<strong>br</strong> />
respon<strong>de</strong> <strong>com</strong> o profeta: Justo sois, Senhor, e justo é o vosso<<strong>br</strong> />
juízo (Sl 118,37), ou, também: Os juízos do Senhor são<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iros e justificados em si mesmos (Sl 19, 10). Meus<<strong>br</strong> />
juízos <strong>de</strong>vem se temer, e não discutir, porque são<<strong>br</strong> />
in<strong>com</strong>preensíveis ao entendimento humano.<<strong>br</strong> />
2. Não queiras também inquirir ou disputar so<strong>br</strong>e os méritos dos<<strong>br</strong> />
santos, qual seja o mais santo ou o maior no reino dos céus.<<strong>br</strong> />
Daí nascem muitas controvérsias e contendas inúteis, que<<strong>br</strong> />
nutrem a soberba e a vanglória, don<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>m invejas e<<strong>br</strong> />
discórdias, porque este prefere soberbamente um santo,<<strong>br</strong> />
aquele quer dar a preeminência a outro. Querer saber e<<strong>br</strong> />
investigar tais coisas não traz proveito algum, antes <strong>de</strong>sagrada<<strong>br</strong> />
aos santos, porque "eu não sou Deus <strong>de</strong> discórdia e sim da<<strong>br</strong> />
paz" (1Cor 14,33), e esta paz consiste antes na verda<strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />
humilda<strong>de</strong> que na própria exaltação.<<strong>br</strong> />
3. Alguns, por um zelo <strong>de</strong> predileção, se afeiçoam mais a este ou<<strong>br</strong> />
àquele santo, mas este afeto é antes humano que divino. Sou<<strong>br</strong> />
eu que fiz todos os santos; eu lhes <strong>de</strong>i a graça, eu lhes<<strong>br</strong> />
outorguei a glória. Eu sei os merecimentos <strong>de</strong> cada um, eu os<<strong>br</strong> />
preveni <strong>com</strong> as bênçãos da minha doçura (Sl 20,4). Eu conheci<<strong>br</strong> />
os meus amados antes dos séculos, eu os escolhi do mundo, e<<strong>br</strong> />
não eles a mim. Eu os chamei por minha graça e os atraí por<<strong>br</strong> />
minha misericórdia: eu os fiz passar por várias provações. Eu<<strong>br</strong> />
os inun<strong>de</strong>i <strong>de</strong> maravilhosas consolações, <strong>de</strong>i-lhes a<<strong>br</strong> />
perseverança e coroei a sua paciência.<<strong>br</strong> />
4. Eu conheço o primeiro e o último e a<strong>br</strong>aço a todos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
inestimável amor. Eu <strong>de</strong>vo ser louvado em todos os meus<<strong>br</strong> />
santos, bendito so<strong>br</strong>e todas as coisas e honrado em cada um<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>les, que eu tão gloriosamente exaltei e pre<strong>de</strong>stinei, sem<<strong>br</strong> />
prévio merecimento algum <strong>de</strong> sua parte. Quem <strong>de</strong>sprezar,<<strong>br</strong> />
pois, um dos menores dos meus <strong>de</strong>ixa também <strong>de</strong> honrar o<<strong>br</strong> />
maior, porque fui eu que fiz o pequeno e o gran<strong>de</strong>. E quem