A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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mesma balança. Se fores tão forte e constante na esperança<<strong>br</strong> />
que, privado <strong>de</strong> toda consolação interior, disponhas teu<<strong>br</strong> />
coração para maiores provações, sem te justificares, <strong>com</strong>o se<<strong>br</strong> />
não <strong>de</strong>veras sofrer tanto, e antes louvares a santida<strong>de</strong> e a<<strong>br</strong> />
justiça em todas as minhas disposições, então andarás no<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>iro e reto caminho da paz e po<strong>de</strong>rás ter certíssima<<strong>br</strong> />
esperança <strong>de</strong> contemplar novamente minha face <strong>com</strong> júbilo. E,<<strong>br</strong> />
se chegares ao perfeito <strong>de</strong>sprezo <strong>de</strong> ti mesmo, fica sabendo que<<strong>br</strong> />
então gozarás da abundância da paz, no grau possível nesta<<strong>br</strong> />
peregrinação terrestre.<<strong>br</strong> />
CAPÍTULO 26<<strong>br</strong> />
Excelência da liberda<strong>de</strong> espiritual, à qual se chega antes pela oração<<strong>br</strong> />
humil<strong>de</strong> que pela leitura<<strong>br</strong> />
1. A alma: Senhor, é próprio do varão perfeito: nunca per<strong>de</strong>r <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
vista as coisas celestiais, e passar pelos mil cuidados, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
que sem cuidado, não por indolência, mas por um privilégio<<strong>br</strong> />
duma alma livre, que não se apega, <strong>com</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado afeto, a<<strong>br</strong> />
criatura alguma.<<strong>br</strong> />
2. Peço-vos, ó meu benigníssimo Deus! Preservai-me dos<<strong>br</strong> />
cuidados <strong>de</strong>sta vida, para que não me embarace<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>masiadamente neles; das muitas necessida<strong>de</strong>s do corpo,<<strong>br</strong> />
para que não me escravize a sensualida<strong>de</strong>; e <strong>de</strong> todas as<<strong>br</strong> />
perturbações da alma, para que não me <strong>de</strong>salente sob o peso<<strong>br</strong> />
das angústias. Não falo das coisas que a vaida<strong>de</strong> humana<<strong>br</strong> />
busca tão empenhadamente, mas das misérias que, pela<<strong>br</strong> />
maldição <strong>com</strong>um <strong>de</strong> todos os mortais, penosamente oprimem a<<strong>br</strong> />
alma <strong>de</strong> vosso servo, e a impe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> elevar-se à liberda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
perfeita <strong>de</strong> espírito, sempre que o quiser.<<strong>br</strong> />
3. Ó meu Deus, doçura inefável! Convertei-me em amargura toda<<strong>br</strong> />
consolação carnal, que me aparta do amor das coisas eternas<<strong>br</strong> />
e me fascina pelo encanto <strong>de</strong> um prazer momentâneo. Não me<<strong>br</strong> />
vença, Deus meu, não me vença a carne e o sangue; não me<<strong>br</strong> />
seduza o mundo, <strong>com</strong> sua glória passageira; não me faça cair<<strong>br</strong> />
o <strong>de</strong>mônio, <strong>com</strong> sua astúcia. Daí-me força para resistir,<<strong>br</strong> />
paciência para sofrer, constância para perseverar. Daí-me, em<<strong>br</strong> />
lugar <strong>de</strong> todas as consolações do mundo, a suavíssima unção<<strong>br</strong> />
do vosso espírito e, em lugar do amor terrestre, infundi-me o<<strong>br</strong> />
amor <strong>de</strong> vosso nome!<<strong>br</strong> />
4. O <strong>com</strong>er, o beber, o vestir e outras coisas necessárias ao corpo<<strong>br</strong> />
são um peso para a alma fervorosa. Conce<strong>de</strong>i-me usar <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
mo<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> tais lenitivos, sem me pren<strong>de</strong>r a eles <strong>com</strong>