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A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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queres subjugar a própria carne, porque facilmente se vence o<<strong>br</strong> />

inimigo exterior quando o homem interior não está assolado.<<strong>br</strong> />

Pior inimigo e mais perigoso não tem a alma, que tu mesmo,<<strong>br</strong> />

quando não obe<strong>de</strong>ces ao espírito. Se queres vencer a carne e o<<strong>br</strong> />

sangue, <strong>de</strong>ves <strong>com</strong>penetrar-te do sincero e absoluto <strong>de</strong>sprezo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ti mesmo. Mas porque ainda te amas <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadamente,<<strong>br</strong> />

por isso te repugna sujeitar-te <strong>de</strong> todo à vonta<strong>de</strong> dos outros.<<strong>br</strong> />

2. Ora, que muito é que tu, que és pó e nada, te sujeites a um<<strong>br</strong> />

homem, por amor <strong>de</strong> Deus, quando eu, o Todo-po<strong>de</strong>roso e<<strong>br</strong> />

Altíssimo, que criei do nada todas as coisas, me sujeitei<<strong>br</strong> />

humil<strong>de</strong> ao homem, por amor <strong>de</strong> ti? Fiz-me o mais humil<strong>de</strong> e o<<strong>br</strong> />

último <strong>de</strong> todos para que venças, <strong>com</strong> a minha humilda<strong>de</strong>, a<<strong>br</strong> />

tua soberba. Apren<strong>de</strong>, pó, a obe<strong>de</strong>cer; apren<strong>de</strong>, terra e limo, a<<strong>br</strong> />

humilhar-te e curvar-te aos pés <strong>de</strong> todos. Apren<strong>de</strong> a<<strong>br</strong> />

que<strong>br</strong>antar tua vonta<strong>de</strong> e a submeter-te a todos em tudo.<<strong>br</strong> />

3. Indigna-te contra ti mesmo; não toleres em ti <strong>de</strong>svanecimento<<strong>br</strong> />

algum; mas torna-te tão humil<strong>de</strong> e submisso, que todos te<<strong>br</strong> />

possam pisar e calcar aos pés, qual lama da rua. Em que<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>s, vil pecador, contradizer os que te repreen<strong>de</strong>m, tu, que<<strong>br</strong> />

ofen<strong>de</strong>ste a Deus tantas vezes e tantas vezes mereceste o<<strong>br</strong> />

inferno? Pouparam-te, porém, meus olhos, porque tual alma é<<strong>br</strong> />

preciosa diante <strong>de</strong> mim, para que conheças meu amor e te<<strong>br</strong> />

conserves grato aos meus benefícios; para que te dês<<strong>br</strong> />

continuamente à verda<strong>de</strong>ira sujeição e humilda<strong>de</strong>, sofrendo <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

paciência o <strong>de</strong>sprezo dos outros.<<strong>br</strong> />

CAPÍTULO 14<<strong>br</strong> />

Que se <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar os altos juízos <strong>de</strong> Deus, para não nos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>svanecermos na prosperida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

1. Trovejam so<strong>br</strong>e mim, Senhor, vossos juízos, temem e tremem<<strong>br</strong> />

meus ossos abalados e minha alma fica <strong>de</strong> todo espavorida.<<strong>br</strong> />

Estou assom<strong>br</strong>ado ao consi<strong>de</strong>rar que nem os céus são puros à<<strong>br</strong> />

vossa vista. Se nos anjos achastes malda<strong>de</strong> e não lhes<<strong>br</strong> />

perdoastes, que será <strong>de</strong> mim? Caíram as estrelas do céu, e eu,<<strong>br</strong> />

pó, <strong>de</strong> que hei <strong>de</strong> presumir? Aqueles cujas o<strong>br</strong>as pereciam<<strong>br</strong> />

louváveis precipitaram-se no abismo, e vi os que <strong>com</strong>iam o pão<<strong>br</strong> />

dos anjos <strong>de</strong>leitarem-se <strong>com</strong> o alimento dos animais imundos.<<strong>br</strong> />

2. Não há, pois, santida<strong>de</strong>, Senhor, se retirais vossa mão. Não há<<strong>br</strong> />

sabedoria que aproveite, se <strong>de</strong>ixais <strong>de</strong> a governar. Não há<<strong>br</strong> />

fortaleza que valha, se <strong>de</strong>ixais <strong>de</strong> a conservar. Não há<<strong>br</strong> />

castida<strong>de</strong> segura, se <strong>de</strong>ixais <strong>de</strong> a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Não é proveitosa a

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