A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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mais certo para Deus que as profundas pesquisas da ciência.<br />Não é reprovável a ciência ou qualquer outro conhecimento<br />das coisas, pois é boa em si e ordenada por Deus; sempre,<br />porém, devemos preferir-lhe a boa consciência e a vida<br />virtuosa. Muitos, porém, estudam mais para saber, que para<br />bem viver; por isso erram a miúdo e pouco ou nenhum fruto<br />colhem.<br />5. Ah! Se se empregasse tanta diligência em extirpar vícios e<br />implantar virtudes como em ventilar questões, não haveria<br />tantos males e escândalos no povo, nem tanta relaxação nos<br />claustros. De certo, no dia do juízo não se nos perguntará o<br />que lemos, mas o que fizemos; nem quão bem temos falado,<br />mas quão honestamente temos vivido. Dize-me: onde estão<br />agora todos aqueles senhores e mestres que bem conheceste,<br />quando viviam e floresciam nas escolas? Já outros possuem<br />suas prebendas, e nem sei se porventura deles se lembram.<br />Em vida pareciam valer alguma coisa, e hoje ninguém deles<br />fala.<br />6. Oh! Como passa depressa a glória do mundo! Oxalá a sua vida<br />tenha correspondido à sua ciência; porque, destarte, terão lido<br />e estudado com fruto. Quantos, neste mundo, descuidados do<br />serviço de Deus, se perdem por uma ciência vã! E porque<br />antes querem ser grandes que humildes, se esvaecem em seus<br />pensamentos (Rom 1,21). Verdadeiramente grande é aquele<br />que a seus olhos é pequeno e avalia em nada as maiores<br />honras. Verdadeiramente prudente é quem considera como<br />lodo tudo o que é terreno, para ganhar a Cristo (Flp 3,8). E<br />verdadeiramente sábio aquele que faz a vontade de Deus e<br />renuncia a própria vontade.<br />CAPÍTULO 4<br />Da prudência nas ações<br />1. Não se há de dar crédito a toda palavra nem a qualquer<br />impressão, mas cautelosa e naturalmente se deve, diante de<br />Deus, ponderar as coisas. Mas, ai! Que mais facilmente<br />acreditamos e dizemos dos outros o mal que o bem, tal é a<br />nossa fraqueza. As almas perfeitas, porém, não crêem<br />levianamente em qualquer coisa que se lhes conta, pois<br />conhecem a fraqueza humana inclinada ao mal e fácil de pecar<br />por palavras.<br />2. Grande sabedoria é não ser precipitado nas ações, nem<br />aferrado obstinadamente à sua própria opinião; sabedoria é
também não acreditar em tudo que nos dizem, nem comunicar<br />logo a outros o que ouvimos ou suspeitamos. Toma conselho<br />com um varão sábio e consciencioso, e procura antes ser<br />instruído por outrem, melhor que tu, que seguir teu próprio<br />parecer. A vida virtuosa faz o homem sábio diante de Deus e<br />entendido em muitas coisas. Quanto mais humilde for cada<br />um em si e mais sujeito a Deus, tanto mais prudente será e<br />calmo em tudo.<br />CAPÍTULO 5<br />Da leitura das Sagradas Escrituras<br />1. Nas Sagradas Escrituras devemos buscar a verdade, e não a<br />eloquência. Todo livro sagrado deve ser lido com o mesmo<br />espírito que o ditou. Nas Escrituras devemos antes buscar<br />nosso proveito que a sutileza da linguagem. Tão grata nos deve<br />ser a leitura dos livros simples e piedosos, como a dos<br />sublimes e profundos. Não te mova a autoridade do escritor, se<br />é ou não de grandes conhecimentos literários; ao contrário, lê<br />com puro amor a verdade. Não procures saber quem o disse;<br />mas considera o que se diz.<br />2. Os homens passam, mas a verdade do Senhor permanece<br />eternamente (Sl 116,2). De vários modos nos fala Deus, sem<br />acepção de pessoa. A nossa curiosidade nos embaraça, muitas<br />vezes, na leitura das Escrituras; porque queremos<br />compreender e discutir o que se devia passar singelamente. Se<br />queres tirar proveito, lê com humildade, simplicidade e fé, sem<br />cuidar jamais do renome de letrado. Pergunta de boa vontade e<br />ouve calado as palavras dos santos; nem te desagradem as<br />sentenças dos velhos, porque eles não falam sem razão.<br />CAPÍTULO 6<br />Das afeições desordenadas<br />1. Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa<br />desordenadamente, torna-se logo inquieto. O soberbo e o<br />avarento nunca sossegam; entretanto, o pobre e o humilde de<br />espírito vivem em muita paz. O homem que não é<br />perfeitamente mortificado facilmente é tentado e vencido, até<br />em coisas pequenas e insignificantes. O homem espiritual,<br />ainda um tanto carnal e propenso à sensualidade, só a muito<br />custo poderá desprender-se de todos os desejos terrenos. Daí a
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inquieto agitar-se quando quiser. S
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fruto copioso na paciência. Meu fi
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1. Todos buscam os seus interesses;
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o consolo dos peregrinos e o gozo e
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inteligência dos anjos. Que, pois,
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o seu desejo, atendendo à boa vont
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tesouro da Santa Igreja. Uma é a m
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depois se dissipa com recreações
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3. Oh! se me inflamásseis todo com
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2. Bem-aventurada a simplicidade, q
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