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A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br

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infundida, e tanto mais cada dia é renovado o homem interior,<<strong>br</strong> />

conforme a imagem <strong>de</strong> Deus.<<strong>br</strong> />

CAPÍTULO 55<<strong>br</strong> />

Da corrupção da natureza e da eficácia da graça divina<<strong>br</strong> />

1. A alma: Senhor, meu Deus, que me criastes à vossa imagem e<<strong>br</strong> />

semelhança, conce<strong>de</strong>i-me a graça que <strong>de</strong>clarastes ser tão<<strong>br</strong> />

importante e necessária para a salvação: que eu vença minha<<strong>br</strong> />

péssima natureza, que me arrasta ao pecado e à perdição.<<strong>br</strong> />

Porque sinto em minha carne a lei do pecado, que é contrária<<strong>br</strong> />

à lei do espírito e me cativa, querendo me levar a obe<strong>de</strong>cer, em<<strong>br</strong> />

muitas coisas, à sensualida<strong>de</strong>; nem po<strong>de</strong>rei resistir às paixões,<<strong>br</strong> />

se não me assistir vossa santíssima graça, e me inflamar o<<strong>br</strong> />

coração.<<strong>br</strong> />

2. É necessária vossa graça, e gran<strong>de</strong> graça, para vencer a<<strong>br</strong> />

natureza, propensa sempre ao mal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância. Porque,<<strong>br</strong> />

viciada pelo primeiro homem, Adão, e corrompida pelo pecado,<<strong>br</strong> />

transmite a todos os homens a pena <strong>de</strong>sta mancha, <strong>de</strong> sorte<<strong>br</strong> />

que a mesma natureza, por vós criada boa e reta, agora <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

ser consi<strong>de</strong>rada <strong>com</strong>o enferma e enfraquecida pela corrupção,<<strong>br</strong> />

visto que seus movimentos, abandonados a si mesmos, a<<strong>br</strong> />

arrastam ao mal e às coisas baixas, Porque a módica força que<<strong>br</strong> />

lhe ficou é <strong>com</strong>o uma centelha oculta <strong>de</strong>baixo da cinza. Esta<<strong>br</strong> />

centelha é a razão natural, que, embora envolta em <strong>de</strong>nsas<<strong>br</strong> />

trevas, discerne ainda o bem do mal, a verda<strong>de</strong> do erro, mas<<strong>br</strong> />

não é capaz <strong>de</strong> fazer tudo que aprova, já que não possui a<<strong>br</strong> />

plena luz da verda<strong>de</strong>, nem a primitiva pureza <strong>de</strong> seus afetos.<<strong>br</strong> />

3. Daí vem, ó meu Deus, que "segundo o homem interior me<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>leito em vossa lei" (Rom 7, 22), sabendo que vosso mandato<<strong>br</strong> />

é bom, justo e santo, que reprova todo mal e ensina que se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ve fugir ao pecado. Segundo a carne, porém, estou<<strong>br</strong> />

escravizado à lei do pecado, pois obe<strong>de</strong>ço mais à sensualida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

que à razão. Daí vem que "tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<<strong>br</strong> />

o bem, mas não sei realizá-lo" (Rom 7, 18). Por isso faço muitos<<strong>br</strong> />

bons propósitos, mas faltando-me vossa graça que auxilie minha<<strong>br</strong> />

fraqueza, <strong>com</strong> o menor obstáculo <strong>de</strong>sfaleço e <strong>de</strong>sisto. Assim suce<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

que bem conheço o caminho da perfeição e vejo claramente o que<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vo fazer. Entretanto, oprimido <strong>com</strong> o peso da corrupção, não me<<strong>br</strong> />

elevo ao que é mais perfeito.

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