A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis - paroquiasaobraz.com.br
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tribulação, outra so<strong>br</strong>evém, e sempre teremos que sofrer,<<strong>br</strong> />
porque per<strong>de</strong>mos o dom da primitiva felicida<strong>de</strong>. Muitos<<strong>br</strong> />
procuram fugir às tentações, e outras piores encontram. Não<<strong>br</strong> />
basta a fuga para vencê-las; é pela paciência e verda<strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />
humilda<strong>de</strong> que nos tornamos mais fortes que todos os nossos<<strong>br</strong> />
inimigos.<<strong>br</strong> />
4. Pouco adianta quem somente evita as ocasiões exteriores, sem<<strong>br</strong> />
arrancar as raízes; antes lhe voltarão mais <strong>de</strong>pressa as<<strong>br</strong> />
tentações, e se achará pior. Vencê-las-á melhor <strong>com</strong> o auxílio<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Deus, a pouco e pouco <strong>com</strong> paciência e resignação, que<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> importuna violência e esforço próprio. Toma a miúdo<<strong>br</strong> />
conselho na tentação e não sejas <strong>de</strong>sa<strong>br</strong>ido e áspero para<<strong>br</strong> />
o que é tentado, trata antes <strong>de</strong> o consolar, <strong>com</strong>o <strong>de</strong>sejas ser<<strong>br</strong> />
consolado.<<strong>br</strong> />
1. O princípio <strong>de</strong> todas a más tentações é a inconstância do<<strong>br</strong> />
espírito e a pouca confiança em Deus; pois, assim <strong>com</strong>o as<<strong>br</strong> />
ondas lançam <strong>de</strong> uma parte a outra o navio sem leme, assim<<strong>br</strong> />
as tentações <strong>com</strong>batem o homem <strong>de</strong>scuidado e inconstante em<<strong>br</strong> />
seus propósitos. O ferro é provado pelo fogo, e o justo pela<<strong>br</strong> />
tentação. Ignoramos muitas vezes o que po<strong>de</strong>mos, mas a<<strong>br</strong> />
tentação manifesta o que somos. Todavia, <strong>de</strong>vemos vigiar,<<strong>br</strong> />
principalmente no princípio da tentação; porque mais fácil nos<<strong>br</strong> />
será vencer o inimigo, quando não o <strong>de</strong>ixarmos entrar na<<strong>br</strong> />
alma, enfrentando-o logo que bater no limiar. Por isso disse<<strong>br</strong> />
alguém: Resiste <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, que vem tar<strong>de</strong> o remédio,<<strong>br</strong> />
quando cresceu o mal <strong>com</strong> a muita <strong>de</strong>mora (Ovídio). Porque<<strong>br</strong> />
primeiro ocorre à mente um simples pensamento, don<strong>de</strong> nasce<<strong>br</strong> />
a importuna imaginação, <strong>de</strong>pois o <strong>de</strong>leite, o movimento; e<<strong>br</strong> />
assim, pouco a pouco, entra <strong>de</strong> todo na alma o malvado<<strong>br</strong> />
inimigo. E quanto mais alguém for indolente em lhe resistir,<<strong>br</strong> />
tanto mais fraco se tornará cada dia, e mais forte o seu<<strong>br</strong> />
adversário.<<strong>br</strong> />
2. Uns pa<strong>de</strong>cem maiores tentações no <strong>com</strong>eço <strong>de</strong> sua conversão,<<strong>br</strong> />
outros, no fim; outros por quase toda a vida são molestados<<strong>br</strong> />
por elas. Alguns são tentados levemente, segundo a sabedoria<<strong>br</strong> />
da divina Providência, que pon<strong>de</strong>ra as circunstâncias e o<<strong>br</strong> />
merecimento dos homens, e tudo predispõe para a salvação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
seus eleitos.<<strong>br</strong> />
3. Por isso não <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sesperar, quando somos tentados;<<strong>br</strong> />
mas até, <strong>com</strong> maior fervor, pedir a Deus que se digne ajudarnos<<strong>br</strong> />
em toda provação, pois que, no dizer <strong>de</strong> S. Paulo, nos dará<<strong>br</strong> />
graça suficiente na tentação para que a possamos vencer (1