concurso de monografias prof. dalgimar beserra de ... - CREMEC
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ção: “Crescei e multiplicai-vos” (Gênesis).<br />
Biologicamente, a gravi<strong>de</strong>z é saudável para o organismo, e, muitas<br />
vezes, as mães verda<strong>de</strong>iras são consi<strong>de</strong>radas apenas aquelas que geraram<br />
o indivíduo. Isso traz bastantes problemas para as mulheres que adotam<br />
fi lhos. Este fato refl ete a socieda<strong>de</strong> “pró-natalista e geneticamente narcisista”<br />
em que vivemos 6 .<br />
Em um estudo <strong>de</strong>senvolvido na Holanda, Bélgica e França, foi entrevistado<br />
um grupo consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> mulheres - aproximadamente 50% <strong>de</strong><br />
inférteis e 50 % que já haviam tido fi lhos. Em ambos os grupos, a “vida<br />
infértil” foi referida como uma experiência bastante severa 12 . Os resultados<br />
<strong>de</strong>sse estudo quanto às relações interpessoais entre as pessoas inférteis<br />
mostram que, comparando-se com o grupo controle, essas pacientes consi<strong>de</strong>ram<br />
mais difícil discutir os seus problemas com os parceiros.<br />
Vários estudos, no entanto, não confi rmam que a infertilida<strong>de</strong> traga<br />
problemas psicológicos tão sérios. Segundo Dunkel-Schetter e Label 7 o<br />
impacto psicológico da infertilida<strong>de</strong> é menor do que o observado em<br />
outras doenças físicas. A infertilida<strong>de</strong>, teoricamente, só traria gran<strong>de</strong>s<br />
problemas psicológicos àquelas pessoas que <strong>de</strong>sejassem muito experimentar<br />
o gosto da paternida<strong>de</strong>/maternida<strong>de</strong>. Em estudo realizado na<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará - Brasil, verifi cou-se que o nível <strong>de</strong> satisfação<br />
pessoal das mulheres inférteis atendidas em um ambulatório <strong>de</strong><br />
infertilida<strong>de</strong> não era tão baixo quanto o que se esperava, fato atribuído<br />
pelos autores, ao tratamento <strong>de</strong> reprodução assistida, que seria um meio<br />
<strong>de</strong> fazer com que estas pacientes voltassem a acreditar no sonho <strong>de</strong> ter<br />
um fi lho, o que acabava realmente acontecendo com muitas <strong>de</strong>las 10 .<br />
No estudo realizado por Od<strong>de</strong>ns et al 12 , “escores para felicida<strong>de</strong>”, presentes<br />
no questionário utilizado, eram menores entre as pessoas que<br />
não conseguiam engravidar, quando comparados aos escores obtidos<br />
entre pessoas férteis. Estes mesmos escores aumentavam quando as pacientes<br />
estavam sendo submetidas a programas <strong>de</strong> reprodução assistida,<br />
pois passavam a dividir seus problemas com o médico, e isso lhes trazia<br />
novas esperanças, contribuindo para o aumento da auto-estima. Foi<br />
relatado ainda que mulheres inférteis recebem um maior apoio social,<br />
sobretudo <strong>de</strong> seus parceiros 8 . Demonstrou-se também que as mulheres<br />
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