concurso de monografias prof. dalgimar beserra de ... - CREMEC
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<strong>de</strong> UTI – constituindo, mesmo, plataformas <strong>de</strong> candidatos às câmaras<br />
legislativas. Sem dúvidas, para a <strong>de</strong>manda do momento exige-se um<br />
encaminhamento concreto e racional que contemple o presente, sem,<br />
contudo, olvidar o futuro, <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato não proporcionado no passado<br />
por aqueles que, com certeza, sustentavam ardorosamente que a solução<br />
se faria criando, apenas e tão-somente, espaços para alojar doentes<br />
e ambulâncias para transferência. Assim fazendo, apenas promovem o<br />
<strong>de</strong>slocamento da bola <strong>de</strong> neve.<br />
ESCORES DE GRAVIDADE<br />
A vida é curta, a arte é longa, a ocasião fugidia, a experiência enganadora, o julgamento<br />
difícil. Hipócrates, Aforismos<br />
Um <strong>de</strong>sígnio ou função única dos primeiros médicos, o prognóstico<br />
compõe inexoravelmente o conjunto <strong>de</strong> atributos exigíveis <strong>de</strong> um<br />
intensivista, que <strong>de</strong>ve utilizá-lo ao longo da internação – a começar na<br />
admissão, passando pela evolução, e culminando com a impressão do<br />
êxito ou insucesso fi nal. Trata-se, sem dúvidas, <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r uma <strong>de</strong>manda<br />
natural e inteligível do doente, da família (ou interessados outros), e<br />
daqueles envolvidos no acompanhamento <strong>de</strong> cada momento. Impõe-se<br />
dizer que, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> ser um antigo instrumento <strong>de</strong> comunicação<br />
entre o médico e os <strong>de</strong>mais envolvidos (doente, familiares e outros), a<br />
ênfase ora posta no prognóstico <strong>de</strong>corre da onda <strong>de</strong> insucessos e frustrações<br />
em voga nos países <strong>de</strong>senvolvidos, cujos investimentos em saú<strong>de</strong><br />
não coinci<strong>de</strong>m com as reduções esperadas nas taxas <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong><br />
9 . Na sua ótica, portanto, nada mais lúcido que ensejar a aplicação<br />
<strong>de</strong> recursos naqueles doentes que carregam consigo um melhor (ou o<br />
melhor) prognóstico. Importa, aqui, dizer que mister tão antigo, refl exo<br />
<strong>de</strong> competência adquirida ao longo da carreira, a arte do prognóstico se<br />
reveste no momento <strong>de</strong> roupagem nova, <strong>de</strong>stinada a aten<strong>de</strong>r as solicitações<br />
<strong>de</strong> um novo momento. Tais roupas, diríamos, são menos artesanais<br />
e mais solidamente científi cas, produzidas segundo fundamentações<br />
objetivas e palpáveis, <strong>de</strong> modo a fugir da variabilida<strong>de</strong> subjetiva, e infl<br />
uenciável pelo não-previsível e não-alcançável. Falo, nesse momento,<br />
dos escores <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>, consubstanciados – a princípio – nos estigmas<br />
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