concurso de monografias prof. dalgimar beserra de ... - CREMEC
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Aliados a esses fatores, vários estudos discutem as condições estressantes<br />
da Residência Médica, tendo surgido muitas críticas, principalmente<br />
relacionadas à excessiva carga <strong>de</strong> trabalho, com sobrecarga assistencial<br />
e privação do sono, e, mesmo sendo <strong>de</strong>fi nido como “treinamento<br />
em serviço, sob supervisão”, alguns autores o comparam a “um ritual<br />
<strong>de</strong> passagem, um verda<strong>de</strong>iro teste <strong>de</strong> resistência, pelo qual o médico recémformado<br />
<strong>de</strong>ve passar para pertencer à or<strong>de</strong>m do “verda<strong>de</strong>iro médico”, sendo<br />
que essa situação tem repercussões diretas na qualida<strong>de</strong> do atendimento<br />
prestado à população (Nogueira-Martins & Jorge, 2000).<br />
No entanto, as queixas dos resi<strong>de</strong>ntes não param por aí; incluem-se<br />
ainda a falta <strong>de</strong> staff , o <strong>de</strong>srespeito aos direitos dos resi<strong>de</strong>ntes, o atraso no<br />
pagamento <strong>de</strong> bolsas e o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> plantões (Mesquita, 1999).<br />
Apesar <strong>de</strong> todos esses percalços, a Residência Médica ainda continua<br />
sendo consi<strong>de</strong>rada como a melhor forma <strong>de</strong> treinar o médico recémformado<br />
(Mesquita, 1999).<br />
2.5 A RESIDÊNCIA MÉDICA NO ESTADO DO CEARÁ<br />
A questão dos recursos humanos, no Brasil, tem sido objeto <strong>de</strong> discussão,<br />
há muitas décadas. Na realida<strong>de</strong>, a história das políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
sempre esteve atrelada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar, tanto quantitativa<br />
como qualitativamente, os recursos humanos encarregados das ações <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> (Santana & Girardi, 1993; Schraiber & Peduzzi, 1993).<br />
Todavia, os avanços alcançados com a Constituição <strong>de</strong> 1988, ao assegurar<br />
a saú<strong>de</strong> como direito do cidadão e <strong>de</strong>ver do Estado, estipulando<br />
como princípios fundamentais, o atendimento integral, a hierarquização,<br />
a universalida<strong>de</strong>, a resolutivida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a participação<br />
popular nos serviços, requerem um perfi l <strong>de</strong> recursos humanos<br />
capacitado para aten<strong>de</strong>r às exigências <strong>de</strong>sse novo mo<strong>de</strong>lo assistencial<br />
(Pierantoni & Machado, 1993).<br />
De acordo com Schraiber & Peduzzi (1993), o movimento <strong>de</strong> reformas<br />
sanitárias atribui uma relevância especial aos recursos humanos,<br />
e enten<strong>de</strong>m que a sua capacitação, com características <strong>de</strong> “novo ator”,<br />
é fundamental para enfrentar os novos <strong>de</strong>safi os advindos da reforma,<br />
colocando-o numa posição <strong>de</strong> agente <strong>de</strong> transformação e esperando-se<br />
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