concurso de monografias prof. dalgimar beserra de ... - CREMEC
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clínicos e <strong>de</strong>mográfi cos, e hoje embasados em valores quantitativos <strong>de</strong>rivados<br />
da fi siologia e da semiótica do doente. Dispomos, atualmente,<br />
<strong>de</strong> escores pertinentes a doenças (infarto, pancreatite, etc), a disfunções<br />
(respiratória, hepática, etc), bem como aqueles aplicáveis ao doente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> sua doença básica e <strong>de</strong> suas disfunções (APACHEs) 10 .<br />
Ensaiados com a fi nalida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> separar doentes com sólida perspectiva<br />
<strong>de</strong> benefício daqueles <strong>de</strong>sprovidos, entretanto, mesmo apelando<br />
para recursos com extrema palpabilida<strong>de</strong>, não se conseguiu o <strong>de</strong>svencilhamento<br />
da veia artística. No máximo, admite-se a aplicação <strong>de</strong> escores<br />
prognósticos na discriminação <strong>de</strong> grupos, comparando-os quanto à<br />
evolução, quanto à resposta frente a um tratamento, etc.<br />
ZONA DE AÇÃO DO INTENSIVISTA<br />
De súbito, porém, ondula um frêmito sulcando, num estremeção repentino, aqueles<br />
centenares <strong>de</strong> dorsos luzidios. Há uma parada instantânea. Entrebatem-se, enredamse,<br />
trançam-se e alteiam-se fi sgando vivamente o espaço, e inclinam-se, embaralham-se<br />
milhares <strong>de</strong> chifres. Vibra uma trepidação no solo; e a boiada estoura ... Eucli<strong>de</strong>s da<br />
Cunha, Os Sertões<br />
Embora não se conceba um médico capaz <strong>de</strong> abandonar o tratamento<br />
<strong>de</strong> seu cliente, sobretudo nas situações <strong>de</strong> maior gravida<strong>de</strong>, não<br />
se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecer suas limitações frente a pletora <strong>de</strong> peculiarida<strong>de</strong>s<br />
da morbida<strong>de</strong>, cuja onda <strong>de</strong> avanço não se restringe a compartimentos,<br />
qual fora o estouro <strong>de</strong> uma boiada. Se humanamente insufi ciente para<br />
enfrentar o caos pluri-orgânico, a consciência disso não justifi cará nem<br />
a fuga, nem tampouco o loteamento orgânico àqueles que, porventura,<br />
dominem compartimentos isolados. Cabe, nesse momento, a inserção<br />
do intensivista, posto que, em tese, preparado para intervir na zona <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>svios fi siológicos, permeando as fronteiras das especialida<strong>de</strong> básicas<br />
(e mesmo as sub-especialida<strong>de</strong>s). Dizer “inserção” implica reconhecer<br />
e respeitar a presença dos <strong>de</strong>mais <strong>prof</strong>i ssionais envolvidos. Por outro<br />
lado, não se restringe a função do intensivista ao intercorrencismo, nem<br />
tampouco ao comportamento focal e amorfo <strong>de</strong> mero intervencionista<br />
– intubando, acessando vasos e administrando fármacos vasoativos e<br />
inotrópicos. Exige-se-lhe o domínio – o maior possível – das condições<br />
que mais freqüentemente culminam com a transferência <strong>de</strong> um doente<br />
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