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Papel e pel-355cula da montagem liter-341ria - Centro de Ensino ...

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or<strong>de</strong>m compõe-se <strong>de</strong>: “Mu<strong>da</strong>nça”, “Fabiano”, “Ca<strong>de</strong>ia”, “Sinha Vitória”, “Menino mais<br />

novo”, “Menino mais velho”, “Inverno”, “Festa”, “Baleia”, “Contas”, “O sol<strong>da</strong>do<br />

amarelo”, “O mundo coberto <strong>de</strong> penas” e “Fuga”.<br />

“O menino mais novo”, “O menino mais velho”, e “Inverno” constituem uma<br />

trilogia capitular manti<strong>da</strong>, e “Fuga”, último a ser escrito, é o último também do<br />

romance. A or<strong>de</strong>m dos <strong>de</strong>mais foi altera<strong>da</strong>. Segundo pensamento <strong>de</strong> Tzvetan<br />

Todorov em sua obra intitula<strong>da</strong> As estrutura narrativas:<br />

O romance é um ser vivo, uno e contínuo, que vive à medi<strong>da</strong> que em ca<strong>da</strong><br />

uma <strong>de</strong> suas partes aparecem aspectos <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as outras. O crítico que, a<br />

partir <strong>da</strong> textura fecha<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma obra termina<strong>da</strong>, preten<strong>de</strong>r traçar a<br />

geografia <strong>de</strong> suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, será levado a colocar fronteiras tão artificiais,<br />

temo eu, quanto to<strong>da</strong>s aquelas que a história conheceu (2003, p.82)<br />

Os capítulos que levam os nomes dos personagens permitem que o leitor<br />

conheça-os interiormente, lançando uma luz sobre a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> particular <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>de</strong>les, seus sonhos e expectativas.<br />

Ao observar-se a obra Vi<strong>da</strong>s secas, percebe-se que a composição em quadros<br />

apresenta um estudo psicológico variado, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do personagem a ser<br />

estu<strong>da</strong>do.<br />

Graciliano, ao criar a família <strong>de</strong> retirantes, inspirou-se em suas próprias<br />

lembranças familiares, alia<strong>da</strong>s a sua experiência como político, preocupado com o<br />

bem-estar <strong>da</strong>queles <strong>de</strong> pouca sorte que cruzaram seu caminho, e consciente <strong>da</strong>s<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em fazer <strong>de</strong> sua obra importante veículo <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia. De acordo com<br />

Sartre (1993, p.21), a função do intelectual é <strong>de</strong>spertar consciências, impedindo que<br />

os homens se alienem ou se resignem diante <strong>da</strong>s interrogações a sua volta.<br />

Fabiano e seus familiares não são, por um certo prisma, personagens fictícios<br />

<strong>de</strong> um autor <strong>de</strong> romance. São, sim, verossímeis, retratos <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> cruel,<br />

porém viva, que castiga <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pais preocupados com a sobrevivência <strong>da</strong> família até<br />

crianças pequenas que sonham em ser como estes pais, calejados <strong>pel</strong>o sofrimento,<br />

mas admirados em sua essência <strong>pel</strong>os seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes.<br />

O distanciamento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> traduzia, no enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Graciliano, um tipo <strong>de</strong><br />

<strong>liter</strong>atura inútil...<br />

[...] que só se ocupa <strong>de</strong> coisas agradáveis, não se molha em dias <strong>de</strong> inverno<br />

e por isso ignora que há pessoas que não po<strong>de</strong>m comprar capas <strong>de</strong><br />

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