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Papel e pel-355cula da montagem liter-341ria - Centro de Ensino ...

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mímesis <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ela po<strong>de</strong>ria ser encara<strong>da</strong>, seguindo esta perspectiva, como<br />

um segundo objeto, baseado numa imagem inicial que o mesmo representasse.<br />

No caminho aberto <strong>pel</strong>os irmãos Lumière, surgiu George Meliès, que passou<br />

a fazer filmes com efeitos que incluíam a interrupção temporária <strong>da</strong> câmera, com o<br />

propósito <strong>de</strong> criar ilusão <strong>de</strong> movimento, e em segui<strong>da</strong> passou a criar cenários para<br />

seus filmes que transportavam para a tela sensação <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

trabalhar com cortes nas cenas que refletiam espaços temporais. A partir <strong>da</strong>í o<br />

cinema passou a proporcionar ao telespectador pequenos fragmentos verossímeis,<br />

segundo Jean-Clau<strong>de</strong> Bernar<strong>de</strong>t:<br />

O cinema é parecido com um sonho: o que fazemos num sonho não é real,<br />

mas só sabemos <strong>de</strong>pois, quando acor<strong>da</strong>mos. Enquanto dura o sonho,<br />

pensamos que é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Essa ilusão <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, que se chama<br />

impressão <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi provavelmente a base do gran<strong>de</strong> sucesso do<br />

cinema (1991, p.12).<br />

No transcorrer <strong>da</strong> história, outros tantos cientistas foram se <strong>de</strong>dicando ao<br />

aprimoramento do cinema, sempre em busca <strong>da</strong> emoção do espectador. Ain<strong>da</strong> nos<br />

anos 10 do século XX, o russo Kulechov fez um filme no qual eram mostrados seis<br />

planos on<strong>de</strong> eram mostra<strong>da</strong>s cenas diferentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma criança brincando até um<br />

caixão. O interessante era que o rosto <strong>de</strong> um homem aparecia entre as cenas.<br />

No final <strong>da</strong> projeção, os telespectadores se mostraram bastante impressionados com<br />

a atuação do homem que aparecia entre as cenas, já que este conseguiu<br />

transpassar as suas emoções para a tela. Contudo, as três imagens do homem que<br />

apareciam entre as seis imagens eram as mesmas. A emoção com as cenas não era<br />

do homem, do ator, mas sim <strong>da</strong> platéia influencia<strong>da</strong> <strong>pel</strong>a <strong>montagem</strong> feita com as<br />

figuras. De acordo com Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Abreu <strong>de</strong> Oliveira, o cinema se constitui<br />

em uma nova arte, na medi<strong>da</strong> em que dispõe <strong>de</strong> uma nova maneira <strong>de</strong> expressar o<br />

visto:<br />

A câmara conduz o olhar do espectador que já não se mantém à distancia<br />

mas participa dos acontecimentos. Embora sentado na platéia, <strong>pel</strong>a mágica<br />

<strong>da</strong> câmara, ele se insere no visto, não permanece à margem como um<br />

curioso qualquer <strong>de</strong>sligado dos fatos, mas se i<strong>de</strong>ntifica às personagens,<br />

enxergando a partir <strong>de</strong> seus posicionamentos (2004, p. 26).<br />

A interpretação <strong>da</strong>quelas cenas, conforme já relatado, foi o resultado <strong>da</strong><br />

leitura do espectador, influenciado <strong>pel</strong>a colagem <strong>de</strong> duas imagens. A esta técnica<br />

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