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Papel e pel-355cula da montagem liter-341ria - Centro de Ensino ...

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um cineasta ou roteirista parte <strong>de</strong> um romance único e faz <strong>de</strong>le um filme <strong>de</strong> ficção<br />

(MOUREN, 1993, p.70).<br />

O trabalho <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> uma obra escrita para uma obra filma<strong>da</strong> é<br />

intenso. Uma cena que num hipotexto po<strong>de</strong>rá durar várias páginas, po<strong>de</strong>ria ser<br />

transposta <strong>de</strong> maneira bem mais conti<strong>da</strong>, para que a seqüência não fique monótona<br />

e tire a atenção do espectador.<br />

O tempo do romance se compara ao espaço do cinema aliado ao processo <strong>de</strong><br />

<strong>montagem</strong>, e cabe ao cineasta fazer com que o espectador enten<strong>da</strong>, em apenas<br />

algumas cenas, que aconteceram mu<strong>da</strong>nças na narrativa, como por exemplo, uma<br />

passagem <strong>de</strong> tempo, por meio <strong>de</strong> envelhecimento <strong>de</strong> personagens, ou alteração no<br />

espaço físico.<br />

O tempo narrativo do cinema é nomeado <strong>de</strong> tempo diegético, e se liga<br />

intimamente à articulação seqüencial do filme. Aliado a ele, se encontra o trabalho<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cupagem, que consiste na fragmentação dos planos filmados, que serão<br />

montados num trabalho posterior. O montador po<strong>de</strong>, portanto, dirigir e controlar as<br />

emoções do espectador, reorganizando a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>scrita <strong>pel</strong>os planos e fazendo<br />

com que este seja envolvido <strong>pel</strong>o filme.<br />

A <strong>de</strong>cupagem diz respeito, portanto, ao trabalho relacionado ao preparo do<br />

roteiro, enquanto que a <strong>montagem</strong> representa a organização do roteiro, on<strong>de</strong><br />

ocorrem o corte e a colagem dos fragmentos filmados. Segundo Gennete em um<br />

trabalho intitulado As fronteiras <strong>da</strong> narrativa:<br />

O tempo no cinema apresenta três aspectos, <strong>de</strong>ntre eles, a or<strong>de</strong>m, que<br />

marcaria ligações entre a cronologia dos fatos na diegese e sua or<strong>de</strong>m<br />

posicional na narrativa. As anacronias possíveis receberiam os nomes <strong>de</strong><br />

prolepse (antecipação <strong>de</strong> fatos) e analepse (retoma<strong>da</strong> <strong>de</strong> fato passado),<br />

além <strong>da</strong> elipse e <strong>da</strong> paralipse, que correspon<strong>de</strong>riam, respectivamente, a<br />

um avanço no tempo, e à omissão dos elementos <strong>da</strong> narrativa, porém, sem<br />

a alteração do tempo (1976, p.256).<br />

A comparação entre as diferentes abor<strong>da</strong>gens imagéticas no hipertexto e no<br />

hipotexto faz com que se perceba que as mesmas apresentam seus próprios<br />

códigos interacionais em relação ao <strong>de</strong>stinatário <strong>da</strong> obra, estabelecendo, <strong>de</strong>sta<br />

maneira, um feixe próprio <strong>de</strong> relações. A <strong>montagem</strong> <strong>liter</strong>ária se faz com palavras, e a<br />

cinematográfica com imagens, nasci<strong>da</strong>s <strong>da</strong>quelas.<br />

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