Papel e pel-355cula da montagem liter-341ria - Centro de Ensino ...
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Ao leitor coube a catarse, motiva<strong>da</strong> <strong>pel</strong>a imersão nas hostis condições<br />
humanas que vivem os retirantes, e na lembrança eterna dos mesmos, que lhe fará<br />
companhia, martelando, ruminando o porquê <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> ser tão dura e o mundo<br />
tão indiferente.<br />
3.2 CINEMA E IMAGEM<br />
A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dramatizar fatos por meio <strong>de</strong> encenações sempre causou<br />
nos homens curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>slumbre. Aristóteles já refletia sobre o pathos produzido<br />
no espectador <strong>da</strong>s tragédias gregas, que era embalado num clima <strong>de</strong> suspense até<br />
o <strong>de</strong>sfecho <strong>da</strong> trama, momento no qual a catarse levava o público ao êxtase.<br />
Muitos séculos <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>scobertas científicas liga<strong>da</strong>s ao movimento <strong>da</strong>s<br />
imagens possibilitaram a sua captação e projeção, causando no espectador<br />
emoções inéditas e abrindo caminho para o advento cinematográfico que chegaria<br />
logo em segui<strong>da</strong>. Esta inovação somente foi possível por causa <strong>da</strong>s persistentes<br />
pesquisas inaugura<strong>da</strong>s por Newton e seu disco <strong>de</strong> cartão, <strong>de</strong>scoberta fun<strong>da</strong>mental<br />
para a captação <strong>de</strong> imagens.<br />
Deve-se, porém, aos irmãos Auguste Marie e Louis Jean Lumière e seu<br />
aparelho <strong>de</strong> projeção, o cinematógrafo, a primeira sessão <strong>de</strong> cinema, ocorri<strong>da</strong> no<br />
final do século XVIII. Esta invenção comoveu e assombrou um grupo seleto <strong>de</strong><br />
espectadores, formado por pouco mais <strong>de</strong> trinta pessoas, e alçou os irmãos ao título<br />
<strong>de</strong> pais do cinema.<br />
O cinematógrafo consistia num aperfeiçoamento do cinetoscópio criado por<br />
Thomas Edison, e permitia o armazenamento prévio <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong><br />
fotogramas, que durante certo tempo se sucediam diante <strong>de</strong> uma lente fotográfica e<br />
<strong>de</strong>pois eram reproduzidos numa tela.<br />
Com o nascimento do cinematógrafo, surgiu a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se trabalhar<br />
com as imagens capta<strong>da</strong>s. Na Antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> Clássica, a questão <strong>da</strong> imagem já<br />
suscitava reflexões por parte <strong>de</strong> Platão (2006, p.245): “Chamo imagens em primeiro<br />
lugar às sombras, em segui<strong>da</strong>, aos reflexos que vemos nas águas ou à superfície<br />
dos corpos opacos, polidos e brilhantes e to<strong>da</strong>s as representações <strong>de</strong>ste gênero”. A<br />
imagem estaria, portanto, envolvi<strong>da</strong> diretamente no processo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma<br />
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