Revista nº 101 (A) - IGHB

Legalmente, ao serem desligados da Escola, os alunos
retornavam a suas unidades de origem. Ora, o 6º Batalhão
de Infantaria em que se incorporara o recruta Vargas fora
enviado a Mato Grosso, para garantir as negociações
diplomáticas entre Brasil e Bolívia, em razão da questão
internacional que resultou na anexação do território do
Acre. O 2º sargento Getúlio Vargas lá se apresentou pronto
para completar seus 5 anos de compromisso militar, retornando
ao pago no final de 1903, para o 25º Batalhão de
Infantaria (Porto Alegre), quando passou para a reserva e
se matriculou na Faculdade de Direito daquela capital, no
ano seguinte, ingressando na política em 1906.
Generoso Ponce Filho assim inicia o livro de memórias, no
qual descreve suas recordações de criança matogrossense:
“De 1903 a 1905 permaneceram as tropas na
Cidade Branca, comandadas pelo general João
César Sampaio. O colorido das fardas, a marcialidade
dos dobrados, o convívio com oficiais e praças
de infantaria e de artilharia já faziam parte da vida
de seus habitantes. Nesse exército de 2.000 homens,
marchava um presidente da República. Jovem
sargento, completara há pouco, em Corumbá, a
maioridade. Baixinho e forte, era Getúlio Vargas.”
Ao deflagrar a sublevação armada de 1930 a partir do
extremo sul brasileiro e apesar de abrigar em suas linhas
remanescentes da série impressionante de movimentos
rebeldes de protesto, tais como os ocorridos em 1922, 1923,
1924, e Coluna Miguel Costa -Prestes (1925 / 27), Getúlio
Vargas, governador do Rio Grande do Sul, queria deixar
bem claro que nada tinha a ver com essas contestações sem
fôlego para derrubar o governo federal e reunia competência
política para assumir o poder, aproveitando a crise
institucional causada pelos irrequietos “tenentes”. Assim,
a participação de Luís Carlos Prestes – ao qual combatera
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 95-110, 2006
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