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Revista nº 101 (A) - IGHB

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Estou convicto de que assim como a descoberta da roda<br />

e do fogo foram marcos na longa trajetória humana ao longo<br />

de sua acidentada História, acredito que quando viermos a<br />

descobrir a roda da unidade e o fogo do amor e da solidariedade,<br />

estaremos atuando como verdadeiros intelectuais.<br />

Meus senhores, minhas senhoras, ilustres integrantes<br />

da Mesa, sinto ser oportuno destacar estas premonitórias<br />

palavras do pensador Shoghi Effendi, que ainda em 1941,<br />

antes da Segunda Grande Guerra foi direto ao ponto:<br />

“Uma tempestade de inédita violência varre atualmente<br />

a face da terra, e não podemos prever seu curso. Os efeitos<br />

imediatos são catastróficos, mas as conseqüências finais<br />

serão gloriosas, além do que possamos imaginar. A força<br />

que a impele cresce impiedosamente em âmbito e rapidez.<br />

Seu poder purificador, se bem que despercebido, aumenta<br />

dia a dia. A humanidade, vítima desse inexorável ímpeto<br />

assolador, é abatida pelas evidências de sua fúria irresistível.<br />

Não percebe sua origem, nem pode sondar seu significado<br />

ou discernir seu fim...”<br />

Com a queda do muro de Berlim, em novembro de 1989,<br />

aliás, conservo comigo, uma pequena pedra do reboco<br />

daquele muro, enviado por um dileto amigo alemão, separando<br />

não apenas populações, mas também, corações e<br />

mentes, achávamos que o conflito Norte/Sul havia acabado,<br />

que o mundo avançaria para sua inevitável unidade, uma<br />

unidade acima de crenças, nações, etnias, línguas. Mas,<br />

infelizmente vimos o contrário acontecer: o mundo se<br />

dividiu entre ricos e pobres. Teremos ouvido “os gemidos e<br />

lamentos dos pobres à meia-noite’? E se não os ouvimos,<br />

como seres humanos, não apenas como intelectuais, temos<br />

falhado terrivelmente em nossa missão de criar o bom<br />

debate de idéias, de alçar novas fronteiras do conhecimento,<br />

de içar velas para um outro mundo possível.<br />

Vivemos, minhas senhoras, meus senhores, em um<br />

tempo marcado pelo processo chamado de globalização por<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 331-340, 2006<br />

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