Revista nº 101 (A) - IGHB

“filosofia natural”, isto é, da Física, a disciplina central do
curso (HILSDORF,2003;20/1)
Esta reforma educativa empreendida por Pombal revela
– como assinalam Vieira e Freitas (2003,p.38) – a primeira
tentativa portuguesa de promover a educação pública
estatal [e laica, acentuamos] em contraposição à educação
pública religiosa que era até então ministrada. A criação
do Diretor Geral dos Estudos foi como que um primeiro
passo para a montagem de um organismo estatal responsável
pelo setor, o que até então não existia. O Diretor dos
Estudos foi posteriormente substituído, em 1771, pela Real
Mesa Censória, que então recebeu também o encargo de
administrar e dirigir os estudos de todos os magistérios
(escolas primárias) e colégios (aulas secundárias) (SERRÃO,
1987; 478 e CARVALHO, 1996;492).
Em 7 de março de 1761 foi criado o Colégio Real de
Nobres cujo currículo, visando formar o perfeito nobre,
adestrava-o nos futuros encargos de comando administrativo
e envolvia – como na Aula de Comércio, que pretendia
formar o perfeito negociante – além das matérias tradicionais
de Humanidades (Latim, Grego, Retórica e Filosofia),
também as Línguas estrangeiras (Francês, Italiano e Inglês),
e mais: Elementos de Matemática, Astronomia, Física,
Álgebra e sua aplicação à Geometria, Análise infinitesimal,
Cálculo integral, Ótica, Dióptrica, Catóptrica; Princípios
de Náutica e de Arquitetura militar e civil, Desenho e Física
(CARVALHO,1952,p.30/1, CARRATO,1968, p.136 e 139 e
AVELLAR,1970,p.158).
Seguiu-se uma pausa nas novas criações para que se
substituíssem nas escolas existentes os mestres jesuítas
banidos, o que foi feito com muita dificuldade e lentidão,
pois não se conseguia encontrar professores capazes em
número suficiente.
Somente 11 anos depois, em 1772, foi baixado um outro
Alvará régio, datado de 18 de agosto, criando e aprovando
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Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 71-94, 2006