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Revista nº 101 (A) - IGHB

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em torno da escolha dos nomes indicados para ocuparem<br />

o posto de Vice-Presidência nas chapas concorrentes. Foram<br />

lembrados, inicialmente, os de Seabra e José Bezerra; para,<br />

afinal, surgirem compostas, as chapas que traziam os nomes<br />

de Artur Bernardes para Presidente e Urbano dos Santos,<br />

para Vice-Presidente, e o de Nilo Peçanha, acompanhado<br />

pelo de José Joaquim Seabra.<br />

Iniciada a campanha, colocaram-se, abertamente, em<br />

oposição à candidatura de Artur Bernardes, os oficiais mais<br />

jovens das forças armadas; este sendo um fato novo na<br />

história do país – o da participação da oficialidade jovem<br />

nas campanhas políticas; desde que, até àquela época, a<br />

presença das forças armadas no processo político, somente<br />

se evidenciava através de pronunciamentos feitos por oficiais<br />

idosos e de alta graduação. A partir, contudo, da revolta<br />

dos sargentos, na Vila Militar, em dezembro de 1915, reivindicando<br />

melhoria dos soldos, os oficiais mais novos<br />

passaram a assumir posições políticas, sem consulta prévia<br />

aos seus superiores; tendo sido eles que passaram a contestar,<br />

naquela ocasião, com vigor excepcional, a candidatura<br />

de Artur Bernardes; passando a pressionar a direção do<br />

Clube Militar, para que assumisse um igual posicionamento.<br />

Na luta travada no seio da tropa, enfrentavam-se,<br />

ocupando posições radicais, dois grupos – um composto<br />

por oficiais de altas patentes, aqueles que haviam sempre<br />

se limitado a criticar, sem grandes resultados, a atuação<br />

dos civis no exercício de cargos públicos, numa atitude,<br />

quase pessoal, de aprovação ou desagrado; e de outro, o<br />

integrado por oficiais de menor categoria hierárquica, mas<br />

que exigiam mudanças radicais no sistema político do país<br />

e na organização da sociedade.<br />

Com essa divisão, o clima de tensão que já passara a<br />

existir entre civis e militares, dominou o cenário da época;<br />

havendo ele se agravado pelo fato de serem ocupados, a<br />

esse tempo, por civis, os Ministérios da Guerra e da<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 185-202, 2006<br />

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