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Revista nº 101 (A) - IGHB

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E a resposta é que não é fácil. E eu fico intrigado com<br />

as comparações internacionais, especialmente com a Índia.<br />

Que eu saiba não há família brasileira com patrimônio<br />

superior a US$17 bilhões, como os Ambani ou Sata na Índia,<br />

nem tamanha proporção de sem tetos nas cidades.<br />

Economia, sociologia e cultura se mesclam, retroalimentam<br />

e confundem. Nos Estados Unidos, país de referência<br />

em renda per capita, já há famílias que estão na 4 a geração<br />

sem emprego formal – a viver do auxílio desemprego. Há,<br />

ademais, o fenômeno que o jovem que passar pela prisão 3<br />

vezes, antes dos 25 anos, mesmo que por contravenções<br />

leves, dificilmente encontrará emprego formal no meio<br />

século subseqüente de sua vida de 75 anos.<br />

Na Espanha, cuja renda multiplicou-se no último terço<br />

do século XX, é relevante a quantidade de graduados em<br />

curso superior, que continuam a auferir seguro desemprego,<br />

porque não aceitam emprego formal para atividades subalternas.<br />

Uma denominação que surgiu na França e que se<br />

espalhou pela Itália e outros países. Vê-la-emos, certamente,<br />

em breve no Brasil, graduado em curso superior não querer<br />

executar trabalho subalterno.<br />

Assim é que vamos nos preparar para encontrar no<br />

Brasil pessoas que não queiram emprego formal, com carteira<br />

assinada, pois isso as impedirá de receber as transferências<br />

dos vários tipos de bolsa-escola e outras ajudas. O<br />

que, aliás, já começa a ocorrer. Vamos pensar que, se no<br />

Brasil, mais da metade das pessoas trabalham sem carteira<br />

assinada, deve haver algum desajuste entre a formalidade<br />

da carteira assinada e a informalidade de não pagar tributos.<br />

Será que os tributos estão altos? Para os que pagam, certamente.<br />

Para os que não pagam, melhor deixar como está.<br />

Ou será a burocracia da legislação trabalhista de 70 anos<br />

atrás pré II Guerra Mundial?<br />

Quando se atenta para o déficit crescente das contas de<br />

Previdência Social, alguns ajustes algum dia terão que ser<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 319-330, 2006<br />

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