Revista nº 101 (A) - IGHB

Quem era essa personalidade de forte carisma e rara
visão de comando surgida nesse momento de apreensão?
Aqui veremos alguns dados biográficos com ênfase em citações
do lado militar de sua inerente vocação política. Conciliador
e ao mesmo tempo resoluto nas ações, intuiu que
para ascender a patamares mais altos no âmbito nacional
seria imprescindível a união de seus conterrâneos, superando
obstáculos de toda ordem, trazidos das origens familiares
e guerreiras de chefes políticos e caudilhos, sinceros ou não.
Paralelamente ateou o despertar de uma oposição de direita
coesa e aguerrida, que o combateu sem contemplação até
seu trágico desaparecimento.
Antônio Augusto Borges de Medeiros, condutor de
muitas batalhas, teve por maior mérito a vigorosa defesa
da unidade nacional brasileira. Não participou da “Revolução
de Trinta” e Getúlio Vargas confinou o “peleador”
indomável na cidade do Recife – terra natal de seu pai e
onde se diplomara na Faculdade de Direito local – iniciando
seu ostracismo, daí para frente, perdida a liderança política,
mas apoiou à distância a “Revolução Constitucionalista de
1932”. Polêmico governador riograndense por largo tempo,
Borges foi seu mentor político, ao constituir alguns corpos
de tropa provisórios em 1923, destinados a reprimir
rebeldes fronteiriços, entre os quais, o 6º Corpo Auxiliar da
Brigada Militar, com parada em São Borja (RS), sob o
comando do tenente-coronel comissionado Getúlio
Dornelles Vargas, republicano histórico, ex-aluno da Escola
Preparatória e de Tática de Rio Pardo (RS). Filho do general
honorário Manoel do Nascimento Vargas, de notória
participação na chamada Revolução Federalista de 1893,
deslocou sua tropa para a vizinha localidade de Itaqui, onde
acampou em 05 Abr, ocasião em que foi informado do
levantamento do cerco de Uruguaiana (RS) por Honório
Lemes e da retirada dos revoltosos, que refluíram para a
área do Caverá, no município de Rosário do Sul, na
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Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 95-110, 2006