Revista nº 101 (A) - IGHB

ei do Brasil de 1769 a 1779) recebeu ordem real para dar
baixa do posto de capitão mor a um índio, por ter o mesmo
casado com mulher negra (FERREIRA, 2005, p. 231).
A Reforma da educação
Com o objetivo de atualizar os negociantes portugueses
nas novas técnicas de comércio e contabilidade internacionalmente
usadas então, a Junta do Comércio portuguesa
(criada em 1755) estabeleceu uma Aula de Comércio, cujos
estatutos foram promulgados em 19 de abril de 1759, para
ensinar os métodos italianos de contabilidade de partida
dobrada, num curso com a duração de três anos e que daria
preferência aos filhos de homens de negócio portugueses
(MAXWELL,1996;77). Cumprir-se-ia assim o ideal burguês
da educação e formação do “perfeito negociante”, a par do
“perfeito nobre” saído das aulas do Colégio dos Nobres,
criado em 1761 (CARRATO, 1968, p. 136)
Os ilustrados portugueses julgavam que o ensino
jesuítico era baseado num obscurantismo autoritário, sendo
livresco, pedante e pouco prático. Alvará de D. José, datado
de 28 de junho de 1759, proscreveu todas as escolas jesuíticas
e preconizou a reforma do ensino das humanidades
no Reino (CARRATO,1968,p.129).
Os encargos do ensino, quando expulsos os jesuítas,
foram atribuídos às municipalidades e fundadas as aulas
régias [escolas públicas] (AVELLAR,1970,p.159).
Depois de expulsar os jesuítas de todos os domínios
portugueses, o Marquês de Pombal fez uma reforma em
que um dos objetivos era a remodelação dos métodos
educacionais vigentes, pela introdução da filosofia moderna
e das ciências da natureza em Portugal (CARVALHO, 1952,
p. 13). O alvará de 28 de junho de 1759 constituiu a primeira
providência no sentido de remediar a calamitosa situação
escolar em que se encontrou o país com a saída dos
inacianos, até então praticamente dominantes nesta área.
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 71-94, 2006
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