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Revista nº 101 (A) - IGHB

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profunda surpresa dos políticos, que jamais previram, ou<br />

projetaram, ou insinuaram, ou sonharam, que o crescimento<br />

neste mandato viria do agro-negócio e não do Movimento<br />

dos Sem Terra (MST), dos sindicatos ou do sindicalismo,<br />

ou do socialismo de dialética. Em saudosa linguagem<br />

soviética: é o sucesso dos “gulags”, a despeito dos sovietes.<br />

Voltemos à visão econômica.<br />

Quem preveria que o dólar valeria menos reais hoje,<br />

dezembro de 2004, do que dois anos e meio atrás, em maio<br />

de 2002? E que o total da dívida externa privada brasileira,<br />

da ordem de US$80 bilhões, seria inferior às aplicações<br />

formais e declaradas de brasileiros no exterior?<br />

Com certa freqüência, recursos formais de brasileiros<br />

no exterior, aplicados em obrigações de empresas brasileiras<br />

emitidas no exterior em moeda estrangeira.<br />

Pois é, o setor privado brasileiro deve menos a credores<br />

externos do que brasileiros aplicam recursos formalmente<br />

no exterior.<br />

É de esperar que os brasileiros com recursos no exterior<br />

confiem nas empresas brasileiras para adquirir as obrigações<br />

e financiar suas necessidades de financiamento, seja<br />

em moeda nacional – o real, seja na moeda de sua preferência<br />

: dólar, euro, yen, yuan...<br />

E não houve calote nem repúdio à dívida externa, nem<br />

“default” como desejavam alguns pregadores que defenderam<br />

a eleição do atual Executivo Federal.<br />

Este nosso quadro tem características diferentes das da<br />

Argentina, embora algumas pessoas tendam a confundir<br />

alhos com bugalhos, tanto aqui como na Europa e Estados<br />

Unidos. Esta visão é também conseqüência dramática do<br />

dinamismo de exportação do novo agro-negócio. Pode até<br />

acontecer que no ano de 2005 a balança de comércio não<br />

seja tão superavitária como 2004 e 2003, mas há uma tendência<br />

segura de crescimento do saldo comercial na balança<br />

de pagamentos.<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 319-330, 2006<br />

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