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Revista nº 101 (A) - IGHB

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Deve ser destacado o papel do engenheiro inglês M.<br />

Lawrence Hargrave, no século XIX, estudando tecnicamente<br />

esses “papagaios”, alterando consideravelmente sua<br />

forma familiar, de pássaros, na Europa e adotando o modelo<br />

Han-Sin, criando “células”, que se sustentavam no espaço<br />

aéreo pelo equilíbrio entre o peso aplicado no centro de<br />

gravidade, a resistência do ar exercida no centro de pressão<br />

e a tração do fio ou corda, sendo o vôo proporcionado pela<br />

componente vertical ascendente da resistência do ar, igual<br />

ao peso. Logo veremos que Alberto Santos Dumont tomaria<br />

emprestado essas “células” para construir o seu 14-Bis.<br />

Merece igual destaque, a já referida observação de folhas<br />

a cair das árvores e a se elevarem no ar, inspirando a<br />

descoberta do movimento helicoidal e conseqüentemente,<br />

a invenção da hélice. Na tentativa de reproduzir esse movimento,<br />

surgiram pequenos artefatos, feitos com vários<br />

materiais e lançados ao ar, com hélices assim concebidas a<br />

puxá-los para cima sob o efeito, por exemplo, de molas.<br />

Quem primeiro encontrou uma forma de mover uma<br />

hélice para impulsionar um aparelho voador, foi o jovem<br />

francês Alphonse Penaud (1850-1880), em Paris. Teve a feliz<br />

idéia, em abril de 1870, de utilizar uma tira de material<br />

elástico torcido no sentido inverso ao que deveria desenrolar-se,<br />

girando a hélice de seu “hélicoptère”, ao qual se seguiu<br />

um pequeno aeroplano, o “planophore”, que realizou<br />

seu primeiro vôo estável no jardim das Tulherias em 18 de<br />

agosto de 1871, para os membros da Société Française de<br />

Navigation Aérienne.<br />

Merecem observação algumas características do planóforo<br />

do Alphonse Penaud, que seriam repetidas no avião de<br />

Santos Dumont. Uma delas: a asa é montada na fuselagem<br />

em posição mais próxima da cauda do que do nariz. Outra:<br />

a hélice é instalada na cauda, empurrando o avião, assim<br />

como ocorria no planóforo, e não tracionando-o, como<br />

ocorreria nos demais aviões, até hoje. Diferentemente de<br />

34<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 19-38, 2006

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