Revista nº 101 (A) - IGHB

Eram 28, de início, esses rebeldes. Foi diminuindo,
contudo, ao longo da marcha, o número dos que a iniciaram;
ainda que houvesse ocorrido, durante o seu trajeto, a incorporação
ao grupo, de um civil – Otávio Correia. À altura do
Hotel de Londres, hoje não mais existente, eram eles apenas
18. e quando do tiroteio ocorrido quando do confronto com
as forças do Governo, eram apenas 10, os que haviam
restado; desse combate havendo resultado a morte imediata
de um dos rebeldes, e mais tarde, a de mais 7, em resultado
de ferimentos recebidos; tendo do grupo sobrevivido apenas
três pessoas, das quais, dois oficiais: – os tenentes Eduardo
Gomes e Siqueira Campos, este havendo sido, na ocasião,
gravemente ferido, e um soldado.
Com o fracasso do movimento, viram-se os revolucionários,
condenados à própria sorte, desde que dos políticos
que se haviam comprometido a apoiá-los, somente Nilo Peçanha
se manifestou em seu favor, justificando, publicamente,
a ação por eles empreendida. Quanto aos demais, entre
os quais se incluíam parlamentares, profissionais liberais,
jornalistas, e até líderes sindicais, cuidaram logo de afastarse
de cena, temerosos das conseqüências do seu comprometimento
com o movimento.
Decretou, logo a seguir, Epitácio Pessoa, o estado de
sítio e iniciaram-se as punições dos responsáveis pela rebelião.
Foi nessa situação excepcional que se empossou Artur
Bernardes, como Presidente da República.
Vejamos, então, como, a esse tempo, se enfrentaram
Artur Bernardes e José Joaquim Seabra.
Era aquela a primeira vez, na História da República,
que um Presidente eleito era empossado durante a vigência
de estado de sítio, e cercado por tanta insegurança, que a
cerimônia do seu compromisso de posse teve de ser
transferida do Senado, onde tradicionalmente ocorria, para
o prédio da Câmara, a fim de abreviar-se o trajeto que
deveria ele percorrer, ao lado de sua comitiva, pelas ruas
do Rio de Janeiro.
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 185-202, 2006
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