Revista nº 101 (A) - IGHB

como chefe político; ainda que, em certo momento, pouco
antes da revolução de 1930, precisamente em 1927, regressando
da França ao Brasil, houvesse reingressado na luta
política, mostrando-se nos anos que se seguiram, tão
corajoso e altivo em suas atitudes e palavras quanto fora
antes, já não mais possuindo, no entanto, a auréola que o
consagrara como líder de grande expressão.
Retomemos, então, o curso de nossa narrativa.
Em agosto de 1915, deixara Seabra, o governo da Bahia,
que começara a exercer a 29 de março de 1912. Como
deputado federal iria destacar-se, desde então, como membro
das Comissões de Justiça e de Finanças da Câmara e
presidente da Comissão Especial do Código Civil; havendo
sido eleito, em 1917, para o Senado Federal, em substituição
a José Marcelino de Souza, que faleceu a 26 de abril daquele
ano.
Mesmo afastado do governo da Bahia, continuaria,
contudo, Seabra, através de sua grande influência sobre o
novo governador, Antônio Muniz de Aragão, por ele
praticamente eleito para o cargo, no qual tomou posse a 29
de março de 1916, como o mais atuante personagem da
política baiana.
Quanto a Antônio Muniz, iria cumprir, com exemplar
dedicação e fidelidade ao seu chefe político, o papel de
governador-tampão, à espera do seu retorno ao governo do
Estado, como viria a ocorrer em 1920.
Pouco antes do início da luta pela sua sucessão, quase
ao término do seu primeiro período de governo da Bahia
(1912-1916), Seabra criara um novo partido político – o
Partido Republicano Democrático (PRD). Pretendera, com
isso, ampliar seu poder pessoal, colocando-o no lugar antes
ocupado pelo Partido Republicano Conservador (PRC), que
fora perdendo, aos poucos, sua inicial importância; nesse
novo partido, contudo, vindo a opor-se à força dos liderados
por Ruy Barbosa e Octavio Mangabeira; havendo, apesar
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 185-202, 2006
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