17.04.2013 Views

Revista nº 101 (A) - IGHB

Revista nº 101 (A) - IGHB

Revista nº 101 (A) - IGHB

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Há intensa mobilidade social no Brasil. Muito maior que<br />

em qualquer país da Europa. Quantos livros de poesias são<br />

editados por ano agora na Bahia, para ficarmos por aqui?No<br />

Oeste Baiano possivelmente nenhum.<br />

Meio século atrás Salvador era uma referência na cultura<br />

musical, com a chegada de músicos da Orquestra<br />

Sinfônica de Budapest, atraídos pelo Magnífico Reitor<br />

Edgard Santos.<br />

Possivelmente, alguns dos presentes já ouviram ou formularam<br />

comentários que parte da formação musical da<br />

geração de grandes cantores baianos: Caetano Veloso, Gal<br />

Costa, Gilberto Gil, Maria Bethania, e tantos outros, possa<br />

ser em parte atribuída ao clima cultural do tempo de<br />

Koellreuter nos Seminários de Música da UFBA.<br />

Mas, hoje, quando Carlos Brown, Daniela Mercury, Ivete<br />

Sangalo, se exibem no exterior, estamos a expor a eclosão<br />

de uma cultura afro-descendente, bem diferente dos<br />

concertos da SCAB de meio século atrás.<br />

Este mês o IPHAN declarou patrimônio histórico o<br />

Terreiro de Alaketo. Enquanto isso, continuam sem tombamento<br />

os palacetes da Vitória construídos há um século,<br />

quando a Polícia proibia os candomblés.<br />

Pois é, estamos a mudar.<br />

Gente haverá de perguntar por que o Balé Folclórico<br />

da Bahia neste segundo semestre de 2004 pôde se exibir<br />

em 48 cidades dos Estados Unidos, em algumas como Nova<br />

Iorque e Boston por uma semana, esteja nestes meses de<br />

novembro e dezembro em excursão pela Europa, e sem que<br />

tenha havido a oportunidade de aplaudi-lo no Teatro Castro<br />

Alves em Salvador! Será que os baianos não percebem ou<br />

não querem reconhecer como evolui sua cultura?<br />

Mas o cultural também se confunde com o econômico.<br />

Transcorrido um decênio do plano real, o povo brasileiro<br />

ainda não se aculturou à moeda estável e continua a usar o<br />

cartão de crédito para compras de até R$10,00, sem conse-<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 319-330, 2006<br />

329

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!