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Revista nº 101 (A) - IGHB

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grupos específicos com interesses comuns que ofereçam<br />

condições de viabilização de renda, a exemplo do incentivo<br />

à formação de cooperativas de trabalho.<br />

Educar jovens de comunidades periféricas para o desenvolvimento<br />

social significa, sobretudo formar profissionais<br />

e cidadãos capazes de reivindicar de forma conjunta os seus<br />

interesses a fim de se fazer representar como grupo e participar<br />

do processo de construção da sociedade, o que exige<br />

estratégias de conscientização cabíveis na proposta de educação<br />

popular.<br />

Ao que tudo indica, a oferta de cursos profissionalizantes<br />

oferecidos em comunidades carentes sem a perspectiva de<br />

concretização de atividade produtiva resulta em uma<br />

tentativa, por si valida, mas insuficiente, de desviar jovens,<br />

principalmente os de risco, do mundo das drogas, do crime<br />

e da prostituição, esforço que termina sendo uma “salvação”<br />

de caráter transitório.<br />

Em outras palavras a carência de investimentos sociais,<br />

promove a marginalidade, mesmo quando tenta controlála<br />

indicando que o processo de arrancar “ervas daninhas”<br />

sem semear a terra com sementes de boa qualidade, não<br />

produz resultados satisfatórios em termos de colheita.<br />

Jovens sem nenhuma perspectiva de atuação no mercado<br />

de trabalho vivenciam no seio de comunidades carentes,<br />

os efeitos do poder paralelo que sustentam as relações<br />

criminosas para as quais são compelidos pela indiferença<br />

da política oficial em que se insere, em ultima análise, a<br />

educação formal, de caráter extremamente seletista, principalmente<br />

diante da comentada precarização da escola<br />

publica.<br />

Uma das possibilidades de contribuição da educação<br />

para a promoção do desenvolvimento humano é certamente<br />

uma maior participação da universidade com as comunidades<br />

que lutam pela implementação de programas de autosustentação.<br />

Para tanto é preciso repensar o papel elitizante<br />

180<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 171-184, 2006

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