Revista nº 101 (A) - IGHB

um passo. As taxas de juros são altas porque o Governo
Federal tem que rolar os R$bilhões, que se vencem a cada
semana.
O brasileiro ainda raciocina que é melhor comprar a
prazo, porque no futuro, o bem, a roupa, o carro, o apartamento,
iria lhe custar mais caro do que se poupasse e adiasse
a compra para fazê-la a vista no futuro. Isso já valeu no
passado com a inflação alta e juros baixos. Já não o é. Hoje
é melhor poupar à taxa de 17% ao ano, pois os preços
crescem apenas 8%. Isto é, menos do que a metade.
Alguns começam a programar compras para os períodos
de liquidação das lojas.
A evolução comportamental é lenta. E é muito mais fácil
raciocinar com o passado do que inquirir o futuro.
Observem que depois de décadas de desvalorização da
moeda nacional, quem aplicou em dólar nos últimos trinta
meses não só perdeu dinheiro em reais, como deixou de
auferir os grandes juros do Brasil. Isto é, há 30 meses que
aplicar em dólares dá prejuízo ao brasileiro que o pratica.
Este mês de dezembro de 2004, tanto o Governo Federal,
como bancos particulares, estão a emitir títulos para poupadores
do exterior, denominados em reais e às taxas internas
de 17% ao ano. E há compradores! Mesmo depois de 30
meses de valorização do real.
Mudanças...
Mundo em transformação!!!
Pensar...
Pensamos?
E como é bonito ver e admirar o sucesso dos que vivem
o presente e fazem o presente superar o passado num
esplendor de esperança que o futuro ainda será melhor que
o presente para todos nós!
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 101, p. 319-330, 2006
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