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Revista nº 101 (A) - IGHB

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contraditória com o Movimento dos Sem Terra, que clama<br />

pela implantação da pequena agricultura familiar.<br />

É de ressaltar que nenhum economista de renome tenha<br />

previsto, sugerido ou preconizado - até seu efetivo surgimento<br />

– que o fator dinâmico da economia brasileira, neste<br />

início do século XXI, seria o agro-negócio, sem qualquer<br />

apoio de qualquer Governo. Muito menos que tal ocorreria<br />

num governo do PT, ideologicamente associado ao MST,<br />

que lhe apoiou nas eleições.<br />

Além disso, que poderia expor de repente a incapacidade<br />

da antiga infra-estrutura de transportes escoar a produção<br />

incremental de safras de grãos, que já transcendem a centena<br />

de milhões de toneladas, para cujo transporte, caminhões<br />

fazem fila ao longo de estradas estreitas, antigas, sobrecarregadas<br />

e esburacadas, em busca de portos para exportação,<br />

sem falar das poucas ferrovias. Portos também congestionados<br />

por navios na espera, cuja ociosidade os obriga a<br />

elevar os fretes.<br />

Pensemos na Bahia, como escoar milhões de toneladas<br />

de grãos de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães ou São<br />

Desidério. A propósito, quais dos presentes visitaram esses<br />

Municípios neste início do século XXI? Pois bem, esta é a<br />

economia em crescimento: exuberante em transformação.<br />

Não está a gozar de subsídios aos produtores, como no<br />

passado, para estimular a indústria siderúrgica ou<br />

automobilística.<br />

E não há queixas contra as transnacionais Bunge nem<br />

Cargill, que comercializam os grãos pelo mundo afora. Mas<br />

o país é grande, heterogêneo, em termos de população,<br />

cultura, dinamismo e reclamos.<br />

Nessa heterogeneidade ressalta a migração dos empresários<br />

desse agro-negócio, que deixaram e deixam suas<br />

terras, amigos e famílias no Rio Grande do Sul, Santa Catarina<br />

e Paraná para se aventurarem pelo Oeste, seja do Brasil,<br />

seja da própria Bahia. Enquanto isso, os cacauicultores<br />

322<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 319-330, 2006

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