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Revista nº 101 (A) - IGHB

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para ajuda da constituição familiar. No entanto, os primeiros<br />

dotes encontrados não eram dirigidos à possessão da<br />

mulher. Era uma dotação indireta em que os pais da noiva<br />

faziam ao noivo, “para casar com sua filha”. Sem dúvida a<br />

primeira concepção do dote.<br />

Os códigos romanos previam a dotação da mulher e<br />

foram adotados pelos países ocidentais. De Portugal passados<br />

ao Brasil, da Espanha passados à América espanhola.<br />

A França e a Inglaterra adotaram da mesma forma a<br />

dotação para prover os encargos matrimoniais.<br />

Na Bahia temos a indicação de uma formalização e<br />

contribuição do que foi retirado como imposto aos baianos,<br />

para uma parte do dote da Rainha da Grã-Bretanha, a<br />

infanta portuguesa D. Catarina de Bragança filha de D. João<br />

IV, a qual se uniu pelo matrimônio ao Rei da Inglaterra<br />

Carlos II, em 21 de maio de 1662.<br />

O tratado de casamento deu a Carlos II um dote superior<br />

a 300.000 libras juntamente com as praças de Bombaim e<br />

Tanger, além de substanciais privilégios aos negociantes<br />

ingleses, no seu comércio oriental. Parte das 300.000 libras<br />

foi retirada como impostos aos brasileiros, para o dote da<br />

Rainha da Grã-Bretanha e para a paz com a Holanda.<br />

Encontram-se mencionados esses impostos em inúmeras<br />

Cartas do Senado da Câmara da Bahia ao Rei de Portugal,<br />

alegando a pobreza da terra e o exagero dos impostos<br />

(Cartas do Senado e Atas da Câmara).<br />

Está referido no contexto das ações de uma das mais<br />

importantes famílias brasileiras, o registro da escritura de<br />

1679 do dote do casamento e obrigação e vínculo de<br />

morgado, na intenção de deserdar uma das irmãs, filhas de<br />

Catarina Fogaça e Vasco Marinho Falcão, na época já<br />

falecido, escritura essa que também assinava Leonor Pereira<br />

Marinho, avó das jovens mencionadas nas escrituras: Isabel<br />

e Leonor. Catarina Fogaça era irmã de Francisco Dias<br />

d´Ávila, o sertanista, e sofrera uma desfeita, pelo rapto da<br />

56<br />

Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. <strong>101</strong>, p. 53-70, 2006

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