18.04.2013 Views

docência e inclusão: reflexões sobre a experiência de ser ... - UFSM

docência e inclusão: reflexões sobre a experiência de ser ... - UFSM

docência e inclusão: reflexões sobre a experiência de ser ... - UFSM

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Através <strong>de</strong>ssa iniciativa, a professora diz ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ressignificar<br />

questões suas, oriundas <strong>de</strong> seu próprio mundo interno, traduzindo-se em fonte<br />

<strong>de</strong> aprendizado, para si e seus alunos: “eu quebrei uma barreira, um<br />

preconceito meu e hoje em dia eu encaro com a maior naturalida<strong>de</strong> e estou<br />

conseguindo com as crianças” (HERA).<br />

Percebe-se, assim, que a co-existência com o aluno com necessida<strong>de</strong>s<br />

educacionais especiais, intensifica a <strong>experiência</strong> <strong>de</strong> autoconhecimento e<br />

amadurecimento pessoal e profissional, em que a partir da angústia, gerada no<br />

encontro com a diferença, essas professoras têm conseguido a<strong>de</strong>ntrar num<br />

movimento <strong>de</strong> busca que envolve a (auto)<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> si e do outro, como<br />

<strong>ser</strong>es inacabados e incompletos, com limitações e possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Nos reportamos a Müller & Glat (1999) ao enfatizarem que a maior riqueza do<br />

trabalho junto ao aluno com <strong>de</strong>ficiência seja, justamente, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>rmos a conviver com sentimentos conflitantes. “Assim, se por um lado<br />

freqüentemente vivenciamos <strong>de</strong>cepções e fracassos (diga-se <strong>de</strong> passagem,<br />

geralmente causados por nossas expectativas irreais), por outro, estamos<br />

constantemente sendo impulsionados a superar nossos próprios limites” (p. 32).<br />

Pelo aqui exposto, vemos que a angústia, ao invés <strong>de</strong> um efeito<br />

paralisante, tem representado, para a maior parte <strong>de</strong>ssas professoras, um<br />

combustível, que as têm utilizado para novas formas <strong>de</strong> <strong>ser</strong> e agir, propiciando<br />

uma maior abertura à <strong>experiência</strong> e abrindo caminhos para o conhecimento <strong>de</strong><br />

si próprio, tomando par <strong>de</strong> suas potencialida<strong>de</strong>s e seus limites.<br />

123

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!