docência e inclusão: reflexões sobre a experiência de ser ... - UFSM
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Bom, eu fiz magistério, fiz uma licenciatura curta, fiz uma<br />
licenciatura plena e a gente nunca falou no assunto (ÁRTEMIS).<br />
Notamos que a educação atual - que se <strong>de</strong>seja inclusiva -, mantém a<br />
diferença excluída do seu rol <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. Sob o mote <strong>de</strong> uma aprendizagem<br />
basicamente teórica, calcada em i<strong>de</strong>ais homogeneizadores, encontram-se os<br />
professores que têm em suas mãos a tarefa <strong>de</strong> incluir aqueles alunos, a quem<br />
era negado um lugar na escola, tendo em vista suas peculiarida<strong>de</strong>s.<br />
Acho que no caso até <strong>de</strong>veria se unir e <strong>ser</strong> uma disciplina<br />
obrigatória, tanto em pedagogia como nas outras licenciaturas a<br />
disciplina <strong>de</strong> introdução, ou <strong>de</strong> como trabalhar com pessoas<br />
portadoras <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais (HERA).<br />
Colocaram no nosso currículo agora, nesse ano, uma disciplina,<br />
mas assim [...] muito, muito superficial. Eu, como trabalho,<br />
vendo, como professora que a gente é e vendo a disciplina, não<br />
nos <strong>de</strong>u nada, nada, nada, nada [...] nem se aproximou do que a<br />
gente esperava, porque nós que estamos trabalhando, quando<br />
nos dis<strong>ser</strong>am que íamos ter uma disciplina, que maravilha, como<br />
vai nos ajudar né, e eu te digo que não sobrou nada, não saiu<br />
nada para <strong>de</strong>ntro da sala <strong>de</strong> aula [...] (DEMÉTER).<br />
As falas <strong>de</strong>ssas professoras parecem <strong>sobre</strong>por as críticas já lançadas aos<br />
cursos <strong>de</strong> formação inicial, ao mesmo tempo em que <strong>de</strong>ixam transparecer a<br />
idéia <strong>de</strong> que, estar preparado para trabalhar com esses alunos, é uma condição<br />
alcançada, a partir <strong>de</strong> uma formação profissional que, vinda <strong>de</strong> “fonte externa”,<br />
dar-lhes-ás condições e autonomia em sua atuação. Nesse sentido,<br />
corroboramos com a visão <strong>de</strong> Alves (2005) ao dizer que esse comportamento<br />
retém a reação dos professores diante do “enigma” que a diferença representa<br />
on<strong>de</strong> se sentem <strong>de</strong>slocados do lugar que supunham ocupar, qual seja, do lugar<br />
<strong>de</strong> professor-todo, daquele que sabe e <strong>de</strong>tém o conhecimento.