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docência e inclusão: reflexões sobre a experiência de ser ... - UFSM

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Não há nada tão perturbador como aquilo que a cada um lembra<br />

seus próprios <strong>de</strong>feitos, suas próprias limitações, suas próprias<br />

mortes; é por isso que as crianças e os jovens perturbam os<br />

adultos; as mulheres, os homens; os fracos, os fortes; os pobres,<br />

os ricos; os <strong>de</strong>ficientes, os eficientes; os loucos, os cordatos; os<br />

estranhos, os nativos [...] e, talvez, vice-versa (FERRE, 2001, p.<br />

198).<br />

A nossa constituição <strong>de</strong> eu, bem como, a nossa visão <strong>de</strong> mundo, é<br />

construída com base nas nossas <strong>experiência</strong>s, situadas no contexto em que<br />

vivemos, qual seja, o da própria socieda<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a diferença é renegada,<br />

excluída, em prol <strong>de</strong> um movimento homogeneizador, que trata <strong>de</strong> instituir o<br />

normal e o anormal, o igual e o diferente. A inquietação advinda da presença –<br />

quase sempre incômoda - do outro diferente resulta na edificação <strong>de</strong> um<br />

aparato pedagógico e assistencial, que ratifica e produz diferenças sob uma<br />

lógica <strong>de</strong> significados que cuidam <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o lugar do outro, bem como seus<br />

limites e possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Nesse sentido, Larrosa (1998) traz uma reflexão importante e afirma que:<br />

O outro, ao olhar-nos, põe-nos em questão, tanto o que nós<br />

somos como todas as imagens que construímos para classificálo,<br />

para excluí-lo, para proteger-nos <strong>de</strong> sua presença incômoda,<br />

para enquadrá-lo em nossas instituições, para submetê-lo às<br />

nossas práticas e, finalmente, para fazê-lo como nós, isto é, para<br />

reduzir o que po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong> inquietante e <strong>de</strong> ameaçador (p. 8-9).<br />

Na escola, local on<strong>de</strong> há primazia pela normatização, esperando-se que<br />

todos atendam às mesmas exigências, comportamentais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

o diferente, ou seja, que foge à norma, é visto com <strong>de</strong>sconfiança, temor e<br />

insegurança, sendo passível, portanto, <strong>de</strong> exclusão.<br />

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