A PEDAGOGIA DIALÓGICA DE PAULO FREIRE E AS ...
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ao objetivo final e porque assume como objetivo final a transformação material da<br />
sociedade”. Tanto a expressão “cultura” quanto o termo “popular” são expressões<br />
abrangentes e complexas, mas é bom que as pensemos pelo menos conjuntamente.<br />
A cultura popular, essencialmente, diz respeito a uma forma particularíssima de<br />
consciência: A consciência política, a consciência que imediatamente deságua na<br />
ação política. Ainda assim, não a ação política em geral, mas a ação política do<br />
povo. Ela é o conjunto teórico-prático que co-determina, juntamente com a<br />
totalidade das condições materiais objetivas, o movimento ascensional das massas<br />
em direção à conquista do poder na sociedade de classes (ESTEVAM, 1983, p.39).<br />
É válido afirmar que “a cultura Popular nada mais é do que uma forma mediadora<br />
entre cultura e revolução.” Estevam (1983, p.36). Para este autor, “só há cultura popular onde<br />
se produz o processo que transforma a consciência alienada em revolucionária, onde o<br />
indivíduo passa a estar ativamente engajado na luta política” (ESTEVAM 1983, p.41). Nesse<br />
sentido, é possível fazer algumas colocações, pois a cultura popular pode ser entendida como<br />
o processo que transforma a alienação em revolução, ou seja, a cultura popular é uma forma<br />
mediadora entre cultura e revolução.<br />
Pensar em conscientização é ir além de um conhecimento de algo que precisa ser<br />
modificado. Assim, é preciso que exista a ação libertadora. Para Freire (1980), a<br />
conscientização é construída no contexto da ação-reflexão, ou seja, não pode existir fora da<br />
práxis.<br />
Isto quer dizer que conscientização envolve ação, e isto implica em tomar posse da<br />
realidade por diversos ângulos. Nesta direção, Freire (1980, p.25), assim se expressa: “[...]<br />
estou absolutamente convencido de que a educação, como prática da liberdade, é um ato de<br />
conhecimento, uma aproximação crítica da realidade”.<br />
Primeiramente, é possível perceber que, a consciência pode se subdividir, ou ainda,<br />
que existem vários tipos de consciências. Nesta perspectiva, queremos começar tratando da<br />
consciência crítica. Esta pode ser tida como um conhecimento perceptivo mais aguçado a<br />
respeito de determinada realidade, ou seja, através dela pode-se apreender o que está<br />
acontecendo e o porquê está acontecendo. Esta consciência faz uso da criatividade instigando<br />
o pensar reflexivo e a intervenção sobre a realidade numa perspectiva transformadora. Enfim,<br />
é profunda na interpretação dos problemas.